sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Bíblia é seu mundo, pátio de recreio, celeiro, seu lar?

[C. H. Spurgeon]

Devemos entender aquilo que lemos na Palavra de Deus, sendo que de outra forma, lemos em vão, reconhecemos que quando passamos ao estudo das Escrituras Sagradas devemos esforçar-nos para ter nossa mente bem atenta. Parece-me que nem sempre estamos em boas condições para ler a Bíblia.


As vezes, seria bom fazermos uma pausa antes de abrirmos o Livro. "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa." Você acabou de chegar de seus negócios seculares, com seus cuidados e ansiedades, e não consegue pegar naquele Livro e imediatamente penetrar nos seus mistérios celestiais. Assim como você pede a bênção sobre sua refeição antes de começar a comer, também seria uma boa regra pedir uma bênção sobre sua leitura da Palavra antes de ingerir sua comida celestial. Ore para que o Senhor abra os seus olhos espirituais, antes de você ousar olhar para a luz eterna das Escrituras.


A leitura bíblica é a hora de nossa refeição espiritual. É só tocar a sineta e convidar todas as faculdades mentais à mesa do próprio Senhor para fartar-se com a comida que agora está pronta; ou, melhor, que soe como o toque dos sinos da igreja em convite para a adoração, porque o estudo das Sagradas Escrituras deve ser uma ação tão solene como nosso ato de adoração na casa do Senhor.


Se a leitura começar dessa forma, você perceberá imediatamente que, para compreender aquilo que lê, precisará meditar a respeito. Alguns trechos bíblicos ficam claros diante dos nossos olhos — baixos abençoados onde os cordeiros podem chapinhar; existem, no entanto, profundezas onde nossa mente poderia antes afogar-se do que nadar com prazer, se ela chegasse até lá sem cautela. Existem textos das Escrituras que foram feitos e construídos com o propósito de nos levar a pensar. Por esse meio, inclusive, nosso Pai celestial quer nos educar para o céu — fazendo-nos penetrar nos mistérios divinos com a nossa mente.

Por isso, Ele nos oferece a sua Palavra de uma forma às vezes complexa, para nos compelir a meditar sobre ela, antes de chegarmos à sua doçura. Ele poderia ter explicado tudo de tal maneira que captássemos o pensamento num só minuto, mas não foi da vontade dEle fazer assim em todos os casos. Muitos dos véus que são lançados sobre as Escrituras não têm a intenção de ocultar o significado aos leitores diligentes, mas de compelir a mente a ser ativa, pois muitas vezes a diligência do coração em procurar saber a vontade divina faz mais bem ao coração do que a própria sabedoria obtida. A meditação e o esforço mental cuidadoso servem como exercício e fortalecimento da alma, que passa a ficar em condições de receber verdades ainda mais sublimes.

Precisamos meditar. Essas uvas não produzem vinho até serem pisadas por nós. Essas azeitonas precisam ser colocadas debaixo da roda, e prensadas repetidas vezes, para que o azeite flua delas. Olhando para um punhado de nozes, percebemos quais delas já foram comidas, porque há um buraquinho onde o inseto furou a casca — só um buraquinho, e lá dentro há uma criatura vivente comendo a noz. Ora, é uma coisa maravilhosa furar a casca da letra, para então ficar por dentro comendo a própria noz. Bem que eu gostaria de ser um vermezinho assim, vivendo dentro da Palavra de Deus, alimentando-me dela, depois de ter aberto caminho através da casca e ter chegado ao mistério mais interior do evangelho bendito. A Palavra de Deus sempre é mais preciosa para o homem que mais se alimenta dela.

No ano passado, sentado debaixo de uma faia nogueira que se estendia em todas as direções, e admirando aquela árvore tão maravilhosa, pensei comigo mesmo: Não tenho nem a metade da estima por essa faia do que o esquilo tem. Vejo-o, pulando de galho em galho, e tenho certeza que ele dá muito valor àquela velha faia, porque tem seu lar em algum oco dentro dela, os galhos são o seu abrigo, e aquelas nozes de faia são o seu alimento. Ele vive da árvore. É seu mundo, seu pátio de recreio, seu celeiro, seu lar; realmente, é tudo para ele; mas para mim, não, porque obtenho meu repouso e minhas refeições em outro lugar. No caso da Palavra de Deus, é bom sermos como esquilos, habitando nela e vivendo dela. Exercitemos nossa mente, pulando de galho em galho na Palavra; achemos nela o nosso repouso e façamos dela o nosso tudo. O proveito será todo nosso, se fizermos dela nosso alimento, nosso remédio, nosso tesouro, nosso arsenal, nosso repouso, nossa delícia. Que o Espírito Santo nos leve a fazer assim, tornando a Palavra tão preciosa à nossa alma!

fonte: www.charleshaddonspurgeon.com

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Os cristãos devem celebrar o Natal?



[John MacArthur]

As Escrituras não ordenam especificamente que os crentes celebrem o Natal — não há “Dias Sagrados” prescritos que a igreja deva celebrar. De fato, o Natal não era observado como uma festividade até muito após o período bíblico. Não foi antes de meados do século V que o Natal recebeu algum reconhecimento oficial.

Nós cremos que o celebrar o Natal não é uma questão de certo ou errado, visto que Romanos 14:5-6 nos fornece a liberdade para decidir se observaremos ou não dias especiais:

Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus (Romanos 14: 5-6).

De acordo com esses versos, um cristão pode, legitimamente, separar qualquer dia — incluindo o Natal — como um dia para o Senhor. Cremos que o Natal proporciona aos crentes uma grande oportunidade para exaltar Jesus Cristo.

Primeiro, a temporada de Natal nos lembra das grandes verdades da Encarnação. Recordar as verdades importantes sobre Cristo e o evangelho é um tema prevalecente no Novo Testamento (1 Coríntios 11:25; 2 Pedro 1:12-15; 2 Tessalonicenses 2:5). A verdade necessita de repetição, pois nós facilmente a esquecemos. Assim, devemos celebrar o Natal para recordar o nascimento de Cristo e nos maravilhar ante o mistério da Encarnação.

O Natal também pode ser um tempo para adoração reverente. Os pastores glorificaram e louvaram a Deus pelo nascimento de Jesus, o Messias. Eles se regozijaram quando os anjos proclamaram que em Belém havia nascido um Salvador, Cristo o Senhor (Lucas 2:11). O bebê deitado na manjedoura naquele dia é nosso Senhor, o “Senhor dos senhores e Rei dos reis” (Mateus 1:21; Apocalipse 17:14).

Finalmente, as pessoas tendem a serem mais abertas ao evangelho durante as festividades de Natal. Devemos aproveitar desta abertura para testemunhar a eles da graça salvadora de Deus, através de Jesus Cristo. O Natal é principalmente sobre o Messias prometido, que veio para salvar Seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21). A festividade nos fornece uma maravilhosa oportunidade para compartilhar esta verdade.

Embora nossa sociedade tenha deturpado a mensagem do Natal através do consumismo, dos mitos e das tradições vazias, não devemos deixar que estas coisas nos atrapalhem de apreciar o real significado do Natal. Aproveitemo-nos desta oportunidade para lembrar dEle, adorá-Lo e fielmente testemunhar dEle.

Fonte: monergismo.com

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Um cordel sobre o Natal

O nascimento de Jesus narrado em cordel. Vale a pena conferir. "Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens." (Lucas 2.14)


Créditos: Igreja Batista Central de Fortaleza

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O que acontece com as pessoas que nunca ouviram o evangelho?

[David Platt]

O que acontece com as pessoas que nunca ouviram o evangelho? Elas serão condenadas ao inferno? Mas isso é justo? E se elas fizeram o melhor com o que tinham? E se fosse uma boa pessoa?

Neste vídeo, David Platt responde a essas perguntas com base em Romanos de 1 a 3. Esse texto da Escritura é o melhor texto a tratar desse assunto.



Créditos: voltemosaoevangelho.com

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

As quatro mulheres da genealogia de Jesus




Uma das características distintivas da genealogia Jesus, escrita por Mateus, é a inclusão específica de quatro mulheres – Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba, mulher de Urias. A pergunta crítica é: Por quê?

A cultura hebraica era patriarcal, e as genealogias normalmente relacionavam somente os homens. No entanto, havia duas razões básicas no oriente para incluir uma mulher ou duas: 1) a mulher era muito admirada, e sua inclusão ressaltava a reputação da família; 2) o marido tinha mais de uma esposa e, neste caso, o nome da mulher é basicamente mencionado com o nome do seu filho. Este costume é frequentemente seguido no Antigo Testamento quando se mencionam os reis de Israel e de Judá.

No entanto, não podemos apelar a nenhum destes costumes para explicar porque Mateus incluiu as quatro mulheres que ele decidiu mencionar. Elas não eram admiradas. Tampouco existe qualquer confusão no Antigo Testamento a respeito de quem eram seus filhos. Assim, somos levados a procurar alguma outra razão para o fato de Mateus mencionar estas quatro mulheres em particular.

A elucidação depende do que sabemos sobre elas. Tamar, uma mulher de Canaã, seduziu o sogro que lhe tinha prejudicado, e deu a ele dois filhos (Gn 38). Raabe, também de Canaã, ganhava a vida como uma prostituta antes de dedicar a sua lealdade ao Senhor e ajudar os espias israelitas a escapar de Jericó (Js 2.6). Rute, embora pura moralmente, era moabita, raça cuja origem deu-se a partir de um incesto (Gn 19:30-37) e que, de acordo com Deuteronômio 23.3, tinha a entrada proibida na congregação do Senhor. Bate-Seba é mais conhecida pelo seu adultério (forçado?) com Davi. Embora nascida em uma família judia (1Cr 3.5), ela pode ter sido classificada coo uma heteia devido ao seu casamento com o heteu Urias (2Sm 11.3; 23.39).

As quatro mulheres parecem ter duas coisas em comum. Elas eram moralmente corrompidas e estavam excluídas da comunidade da aliança do Antigo Testamento, não tendo nenhum direito nativo de reivindicar uma vida com Deus, nem de esperar que Ele lidasse com elas em Sua graça. Então, o que levou Mateus a incluir estas quatro mulheres na linhagem de Jesus, o Messias?

Umas das possibilidades é que, como coletor de impostos, encarado com desprezo por seus vizinhos, Mateus sabia o que significava ser um pecador e depois um redimido. Mateus identificava-se com estas quatro mulheres e as inclui como exemplos do poder transformador de Deus, que agora enviou o Messias para “salvar o seu povo dos seus pecados” (1.21).

Uma outra possibilidade é que Mateus poderia estar pensando na universalidade da missão de Jesus. O concerto de Deus com Abraão incluía a promessa: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). As quatro mulheres demonstram o compromisso definitivo no convite do evangelho cristão para que todos creiam em Jesus e sejam salvos.

Uma terceira possibilidade é que Mateus esteja sutilmente lembrando os seus leitores, que procuravam por um Messias que apareceria em glória e poder, que a história mostra que Deus trabalha de maneiras estranhas e misteriosas. Não podemos dizer como Deus agirá, ou como deve agir. Tudo o que podemos fazer é reconhecer a sua criação e adorá-lo.

Não existe razão para descartar nenhuma das interpretações acima. Na verdade, elas se combinam de uma maneira maravilhosa. Nosso Deus é o Deus do inesperado. Ele permanece preocupado com aqueles “excluídos”, tanto quanto com você e eu. Como cada uma das quatro mulheres exemplificam, Deus alcança o pecador com graça e, por seu poder transformador, purifica pecadores e os torna membros vitais e contribuintes da comunidade de fé.

Fonte:  RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. 3ª ed.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

6 razões práticas para estudar Escatologia


[por David Murray]

1. Escatologia nos ajuda a ensinar na Igreja.

A Igreja precisa ser ensinada sobre esse assunto, não apenas porque a negligência produz um vácuo perigoso, mas também porque a escatologia é o ponto crucial e a coroa da teologia sistemática. Como Kuyper disse, ela lança luz sobre todas as doutrinas e responde questões que qualquer outro assunto teológico levanta. Louis Berkhof escreveu:
 Na teologia [própria] a questão é sobre como Deus é final e perfeitamente glorificado na obra das Suas mãos, e como o conselho de Deus se realiza plenamente; na antropologia, há a questão sobre como a perturbadora influência do pecado é dominada completamente; na cristologia, é a questão sobre como a obra de Cristo é coroada com a vitória perfeita; na soteriologia, há a questão sobre como a obra do Espírito Santo por fim resulta na completa redenção e glorificação do povo de Deus; e na eclesiologia, a questão da apoteose final da igreja. (Teologia Sistemática, p. 661)


 2. Escatologia nos ajuda a adorar a Deus.

Adoração deveria ser o fim de toda a teologia, especialmente da escatologia. Quando pensamos na ressurreição, na derrota de Satanás, no julgamento final e perfeito, no novo céu e nova terra, e na união eterna entre Cristo e sua Igreja, nós certamente não podemos deixar de amplificar nossa adoração à Deus. Se nossa escatologia não resulta em uma maior adoração à Deus, ou nós estamos errados ou estamos nos aproximando da verdade no espírito errado.

3. Escatologia nos ajuda a servir com zelo.

O fato de que o fim está próximo não deveria nos tornar servos passivos aguardando o inevitável, nem sermos induzidos a uma inércia fatalista. Em vez disso, o Novo Testamento relaciona o fim iminente de todas as coisas ao serviço zeloso. Quando consideramos nossa grande esperança, a bem-aventurança eterna do céu, e a grande necessidade de nossos amigos pecadores, devemos ser motivados com maior paixão pelas almas dos perdidos e pela glória de Deus.

4. Escatologia nos ajuda a ter esperança em meio aos problemas.

Às vezes, igrejas e cristãos enfrentam provações das quais eles não serão agraciados enquanto estão aqui na terra. Em meio a doenças, dores e injustiças é vital ter uma esperança viva de vida na ressurreição. Somente isso servirá para nutrir a perseverança fiel até o fim.

5. Escatologia nos ajuda a estar preparados para o julgamento.

Uma das razões por que poucos estão prontos para o julgamento é que a maioria não sabe que haverá um julgamento. Além de estarmos preparados, escatologia deve nos motivar a ajudar os outros a se prepararem também. Enquanto a obsessão pelas últimas coisas é perigosa, a omissão é ainda mais.

6. Escatologia nos ajuda a olhar para a frente: o céu

Infelizmente, mesmo para os cristãos, a preocupação com o mundo presente sufoca o interesse no mundo por vir. Escatologia mantém estas verdades vitais e finais à nossa frente e nos encoraja a olhar além deste mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o Seu povo.
Traduzido por André Carvalho 
Fonte:  iPródigo.com

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Seis aspectos do evangelho são dignos de nota



[por John Stott]

1 Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. 2 Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. 3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 5 E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. (1 Coríntios 15:1-5)

1.     O evangelho é cristológico. O centro da mensagem cristã é que "Cristo morreu pelos nossos pecados...[e] ressuscitou ao terceiro dia". 0 evangelho não está limitado a estes acontecimentos, mas eles são sua verdade prioritária, a primeira coisa que ele recebeu e que tem o cuidado de transmitir (versículo 3). 0 evangelho não pode ser pregado se Cristo não for pregado, e o Cristo autêntico não é proclamado se sua morte e ressurreição não forem centrais.

2.     O evangelho é bíblico. O Cristo que Paulo proclamava era o Cristo bíblico, que morreu por nossos pecados "segundo as Escrituras" (versículo 3). Que "Escrituras" do Antigo Testamento Paulo tinha em mente, isso ele não diz aqui, mas, sem dúvida, elas teriam incluído aquelas que Jesus usou quando "explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras" (Lc 2425-27; 44-46), as que Pedro usou no dia de Pentecostes (At 2.25-31), e notadamente o Salmo 22 e Isaías 53. Para os primeiros evangelistas cristãos, era de suma importância o fato de que a morte e a ressurreição de Jesus foram confirmadas por duas testemunhas: os profetas e os apóstolos ou, como diríamos, o Antigo Testamento e o Novo Testamento.

3.     O evangelho é histórico. Precisamos notar as referências, tanto ao sepultamento de Jesus como às suas aparições, pois o sepultamento atestava a realidade da sua morte (já que enterramos os mortos, não os vivos), enquanto que as aparições testificavam da realidade da sua ressurreição. Além do mais, o que re-surgiu é aquilo que foi escondido, enterrado. Em outras palavras, o que foi ressuscitado e transformado foi o corpo de Cristo. Além disso, a ressurreição é um evento histórico possível de ser datado, uma vez que ela ocorreu "no terceiro dia".

4.     O evangelho é teológico. A morte e a ressurreição de Jesus não foram apenas acontecimentos históricos; elas têm um significado teológico ou resgatador. Ele não apenas morreu, mas "morreu pelos nossos pecados". Como pecado e morte estão relacionados um com o outro no decorrer das Escrituras como sendo uma ofensa e sua devida recompensa, e como Jesus mesmo não cometeu pecado algum pelo qual necessitasse morrer, ele deve ter morrido por nossos pecados. Os pecados eram nossos, mas a morte foi dele. Ele morreu a nossa morte. Ele sofreu nosso castigo. Só assim poderíamos "ser salvos" (versículo 2). Isso aponta claramente para a natureza substitutiva da cruz.

5.     O evangelho é apostólico. Isso significa que é uma parte essencial da mensagem autêntica recebida e transmitida pelos apóstolos. Faz parte da tradição apostólica. No versículo 11 [1Co 15] Paulo conclui: "Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isto que pregamos, e é isto que vocês creram". Esse amontoado de pronomes pessoais (eu, eles, nós, vocês) é deveras impressionante. Indica uma unidade de fé entre Paulo e os Doze, e entre os apóstolos e a igreja, até mesmo entre a primeira geração de crentes e todas as subsequentes.

6.     O evangelho é pessoal. Isto é, a morte e a ressurreição de Jesus não são apenas história e teologia, mas são o caminho da salvação individual. Os coríntios o receberam, decidiram-se por ele e foram salvos por ele, conquanto se mantivessem firmemente apegados a ele (versículos 1-2).

Fonte: John Stott – A Verdade do Evangelho.
publicado em http://entretextosteologicos.blogspot.com.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Qual tradução da Bíblia devo usar?


Você já percebeu a grande porção de exemplares da Bíblia existente no mercado? Você já percebeu como é difícil escolhermos um exemplar das Escrituras Sagradas? Sim, não é uma decisão fácil esta. Diante disso, posto aqui um vídeo do professor Augustus Nicodemus que traz algumas considerações sobre esta questão.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A parábola da faca


"No mundo há somente uma coisa  digna de 
ser buscada:  o conhecimento de Deus." 
(Robert H. Benson)



Havia um jovem tolo, para o qual foi dado uma faca, serrilhada de um lado e cega do outro. Este recebeu a faca com a parte cega para cima e por causa disto só observou e admirou tal parte. Ele inicialmente começou a passar o dedo sobre o mesmo lado da faca e observou que nada lhe acontecia. Após algum tempo, ele começou a passá-la no braço e percebeu que também nada lhe acontecia. Assim, concluiu que a faca era inofensiva.

Quando chegou a sua casa, tão empolgado quanto desavisado, chamou sua sábia mãe e mostrou-lhe a faca e lhe falou que a faca era inofensiva e para provar passou a parte cega em seu braço, ao passo que a sábia mãe somente disse para ele tomar cuidado que ele ia se cortar.

O jovem ficou revoltado com a mãe. “Como uma faca tão inofensiva faria algum mal para mim”. Então passou a provar sua tolice demonstrando a muitos quão inofensiva era a faca. Em uma demonstração, por desaviso e descuido, ele inverteu o lado da faca. Ao passá-la no braço, obviamente, cortou-se e desesperado jogou a faca longe e exclamou:

- Esta não é minha faca. Esta nunca poderia ser minha faca. Eu quero a minha faca.

Ao chegar correndo em casa, sua mãe tratou-lhe o ferimento e lhe disse:

- Jovem néscio, eu te avisei que você poderia se cortar com aquela faca, mas você em sua tolice ignorou que ela possuía dois lados e por isso se machucou. Ainda bem que você está vivo. Nunca lhe passou pela cabeça que você podia ter se matado?

Após recuperar-se, o jovem, triste com sua tolice, voltou ao local aonde tinha jogado a faca. Ao pegá-la, um temor correu-lhe pela espinha. Agora ele a conhecia, agora ele verdadeiramente a conhecia.

Igualmente tolo é aquele que fica olhando somente para os atributos de Deus que lhe agradam e não busca conhecê-lo (na medida do possível para nossas pequenas mentes) na extensão de seu majestoso caráter.

“Você pensa que eu sou como você? Mas agora eu o acusarei diretamente, sem omitir coisa alguma. Considerem isto, vocês que se esquecem de Deus; caso contrário os despedaçarei, sem que ninguém os livre.” [Salmos 50: 21, 22]

Buscamos conhecer o amor, a bondade, a misericórdia e a graça divina, mas será que buscamos com o mesmo empenho conhecer a justiça, a ira, a soberania, a santidade e a glória de Deus? Nosso conhecimento de Deus deve ser completo, para que sejamos completos nele. Se nos apegamos mais a alguns dos atributos de Deus e desprezamos os demais, acabamos inconscientemente criando o nosso próprio deus: apenas com o que apreciamos, e rejeitando o que desprezamos.

Deus nos é suficiente e nos regozijamos Nele em todas as suas perfeições. Canto de alegria perante sua misericórdia, bem como me prostro ante sua justiça. Reconheço o seu amor que dura para sempre, e temo e tremo diante de sua ira. Os atributos de Deus se completam; os traços de seu caráter glorioso formam a perfeição absoluta.

Portanto, aos santos que pecaram e estão arrependidos, convém lembrar-se do amor e da misericórdia de Deus: “certamente, a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”! Aos que estão endurecidos pelo pecado, convém dizer: “Fujam da ira divina que está por vir”! Aos que sofrem injustamente, ou aos que trapaceiam, bradamos: “A justiça é base do Seu trono”! Aos que estão fraquejando, cantamos alegremente: “Ele é o Deus Forte”!

Entender quem é Deus e a base para a vida cristã feliz e completa. O cristianismo sadio começa com um conhecimento verdadeiro de Deus. Oh, que tenhamos os olhos de nosso coração abertos, para vermos a plenitude de seu caráter! Adoraremos e nos prostraremos diante de Deus, por todas as facetas de sua glória! Amamos o Deus da Bíblia, o único Verdadeiro, e não os deuses das nações, inventados pela mente humana!

Fonte: voltemosaoevangelho.com

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O outro evangelho

[por Artur W. Pink]

[...] Satanás é um arqui-imitador. Ele está agora em atividade no mesmo campo em que o Senhor Jesus semeou a boa semente. O diabo está procurando impedir o crescimento do trigo, utilizando-se de outra planta, o joio, que em aparência se assemelha muito ao trigo. Em resumo, por meio de um processo de imitação, Satanás está almejando neutralizar a obra de Cristo. Portanto, assim como Cristo tem um evangelho, Satanás também possui um evangelho, que é uma imitação sagaz do evangelho de Cristo. O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pessoas não-salvas são enganadas por este evangelho.

O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho, quando disse: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (v. 8). Com a ajuda de Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.


O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem mesmo um programa de anarquia. Este evangelho não promove conflitos ou guerras, mas tem como alvo a paz e a unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho; ao invés disso, ele fomenta o espírito de fraternidade pelo qual a raça humana é considerada uma grande “irmandade”.

Este evangelho não procura mortificar o homem natural, e sim aprimorá-lo e enaltecê-lo. O evangelho de Satanás defende a educação e a instrução, apelando ao “melhor que há no íntimo do ser humano”; tem como alvo fazer deste mundo um habitat tão confortável e agradável, que a ausência de Cristo não será sentida e Deus não será necessário. O evangelho de Satanás se esforça para manter o homem tão ocupado com as coisas deste mundo, que não tem ocasião nem inclinação para pensar no mundo por vir. Este evangelho propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade e da benevolência, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para todos. Apela fortemente à mentalidade carnal, tornando-se popular entre as massas, porque ignora os solenes fatos de que, por natureza, o homem é uma criatura caída, está alienado da vida de Deus, morto em delitos e pecados, e de que a única esperança se encontra em ser nascido de novo.

Em distinção ao evangelho de Cristo, o evangelho de Satanás ensina que a salvação se realiza por meio das obras; incute na mente das pessoas a ideia de que a justificação diante de Deus ocorre com base nos méritos humanos. A frase sagrada do evangelho de Satanás é: “Seja bom e faça o bem”; mas falha em reconhecer que na carne não habita bem algum. O evangelho de Satanás anuncia uma salvação que se realiza por meio do caráter, uma salvação que é o reverso da ordem estabelecida por Deus, em sua Palavra — o caráter se manifesta como fruto da salvação.

As ramificações e organizações deste evangelho são multiformes. Temperança, movimentos de reforma, associações de cristãos socialistas, sociedades de cultura ética, congressos sobre a paz, todas estas coisas são empregadas (talvez inconscientemente) em proclamar este evangelho de Satanás — a salvação pelas obras.

Cristo é substituído pelo cartão de apelo; o novo nascimento do indivíduo é trocado pela pureza social; e a doutrina e a piedade são substituídas por filosofia e política. A cultivação do velho homem é considerada mais prática do que a criação de um novo homem em Cristo Jesus, enquanto a paz universal é procurada sem a interposição e o retorno do Príncipe da Paz.  [...]


Fonte: voltemosaoevangelho.com

Leia o texto completo em http://www.monergismo.com/textos/evangelho/outroevangelho_pink.pdf

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cantai ao Senhor um cântico novo



[Santo Agostinho]

Somos convidados a cantar ao Senhor um cântico novo (Sl 149, 1). É o homem novo que conhece este cântico novo. O cântico é alegria e, se o analisarmos com mais atenção, também é amor. Aquele que sabe amar a vida nova conhece esse cântico novo. Mas também é necessário que estejamos conscientes do que é a vida nova por causa do cântico novo. Tudo isto faz arte do mesmo Reino: o homem novo, o cântico novo, a nova aliança. O homem novo cantará um cântico novo e fará parte da nova aliança. [...]


«Eis-me a cantar», dirás. Cantas, sim, tu cantas: estou a ouvir-te. Mas toma cuidado para que a tua vida não dê um testemunho contrário ao da tua língua. 

Cantai com a voz, cantai com o coração, cantai com a boca, cantai com a vossa conduta, «cantai ao senhor um cântico novo». Se vos questionais sobre o que deveis cantar Àquele que amais, e procurais louvores para Lhe cantar, «louvai-O na assembleia dos fiéis» (Sl 149, 1). 

O cântico de louvor é o próprio cantor. Quereis cantar os louvores de Deus? Sede o que cantais. Vós sois o Seu louvor, se viverdes bem.

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 34; a partir da trad. de CCL 41, 423-426

Fonte: http://spedeus.blogspot.com.br

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O valor de aprender História


[por John Piper]



Uma Lição a partir de Judas

A pequena carta de Judas nos ensina algo sobre o valor de aprender história. Este não é o ponto principal da carta, mas é um fato impressionante.

Neste penúltimo livro da Bíblia, Judas escreve para encorajar os santos a "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (versículo 3). A carta é um chamado à vigilância em vista de "certos indivíduos [que] se introduziram com dissimulação... homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (versículo 4). Judas descreve essas pessoas em termos vívidos. Eles "dizem mal do que não sabem" (versículo 10); são "murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros" (versículo 16). Eles "promovem divisões, [e são] sensuais, que não têm o Espírito" (versículo 19).

Esta é uma avaliação devastadora de pessoas que não estão fora da igreja, mas que "se introduziram com dissimulação." Judas quer que eles sejam reconhecidos pelo que são, de forma que a igreja não seja enganada e arruinada pelos seus falsos ensinos e comportamentos imorais.

Uma de suas estratégias é compará-los a outras pessoas e eventos na história. Por exemplo, ele diz que "Sodoma e Gomorra... havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição" (versículo 7). Assim, Judas compara aquelas pessoas com Sodoma e Gomorra. Seu ponto ao fazer isto é dizer que Sodoma e Gomorra são postas como "um exemplo" do que acontece quando as pessoas vivem como estes intrusos estavam vivendo. Assim, na mente de Judas, conhecer a história de Sodoma e Gomorra é muito útil para ajudar a detectar tal erro e desviá-lo dos santos.

Similarmente, no versículo 11, Judas acumula três outras referências a eventos históricos, como comparações com o que está acontecendo em seus dias entre os cristãos. Ele diz: "Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Coré". Isso é impressionante! Por que se referir a três incidentes históricos diferentes como estes, que aconteceram milhares de anos atrás - Gênesis 19 (Sodoma), Gênesis 3 (Caim), Números 22-24 (Balaão), Números 16 (Coré)? Qual é o ponto?

Aqui estão três pontos:

1) Judas assume que os leitores conhecem estas histórias! Isto não é incrível? Era o século primeiro depois de Cristo! Não havia nenhum livro nas casas das pessoas! Nenhuma Bíblia disponível! Nenhuma história em CD! Apenas instrução oral! E ele assume que eles conheceriam tais histórias: Qual é "o caminho de Caim," "o erro de Balaão" e "a rebelião de Coré?" Você sabe? Isto não é surpreendente? Ele espera que eles conheçam! Isso me faz pensar que os nossos padrões de conhecimento da Bíblia na igreja de hoje são muito baixos.

2) Judas assume que conhecer a história iluminará a situação presente. Os cristãos tratarão com o erro mais eficazmente hoje se eles conhecerem situações similares de antigamente. Em outras palavras, a história é valiosa para o viver cristão. Saber que Caim era invejoso e que além de odiar seu irmão, também se ofendeu com sua comunhão verdadeira com Deus, te alertará para vigiar contra tais coisas mesmo entre irmãos. Saber que Balaão caiu e fez da Palavra de Deus um meio de ganho mundano, te tornará mais capaz de identificar este tipo de coisa. Saber que Coré desprezou a autoridade legítima e ressentiu-se com a liderança de Moisés, te protegerá de gente facciosa que não gosta de ninguém sendo visto como seu líder.

3) Não é claro, então, que Deus ordenou que estes eventos acontecessem e que fossem registrados como história, para que aprendêssemos a partir deles e nos tornássemos mais sábios e perspicazes sobre o presente, por causa de Cristo e de sua igreja? Nunca pare de aprender a partir da história! Adquira algum conhecimento todo dia. Demos aos nossos filhos uma das melhores proteções contra a tolice do futuro, a saber, um conhecimento do passado.

Fonte: http://www.editorafiel.com.br




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ENSINEM DOUTRINAS E NÃO HISTÓRIAS AOS SEUS ALUNOS


Por Jáder Borges

Eu visitava aquela igreja e quando fomos nos dividir em classes na manhã de Domingo o superintendente da EBD, não sei se por inexperiência ou por descuido, disse: "e agora as crianças poderão ir para as suas classes ouvir historinhas"... Quis ser ele gentil? Tencionou ser acessível, recorrendo ao diminutivo para chamar a atenção dos pequeninos? Não sei. Mas o que sei é que infelizmente tem muita gente só contando histórias na EBD aos seus alunos. E só.

Mas não é para contar Histórias? 

Claro. A história é bíblica e está na Palavra de Deus. Mas, tantas vezes nos atemos à história, apenas ou tão somente, aos detalhes, e nos esquecemos do PORQUÊ da história. O que Deus fez ali? Como Ele foi honrado, obedecido ou desobedecido? Qual ensino principal tem e traz a lição? Romanos 15.4 diz que "tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Tem algo a mais na história: tem um ensino para ser passado, uma confiança no Deus Todo-Poderoso para ser reforçada, a Pessoa bendita de Jesus para ser apresentada ou enaltecida, uma lição de fé a ser enfatizada, o Caráter e a Soberania divina a serem destacados, pois quando vierem os dias maus e difíceis para estas crianças ao longo de suas vidas, com o ensino correto, sábio e doutrinário que receberam, a consolação das Escrituras virá de maneira mais precisa aos seus corações e isto poderá livrar as suas almas de muitas dores. O Consolador usará as Escrituras e o que dela se extraiu para o fortalecimento da fé em momentos como perigos, tentação ou provação. Na sua história de vida, o ensinamento doutrinário colhido e bem guardado das histórias que ouviu e aprendeu fará todo sentido e será de grande auxílio. Das histórias que aprendeu, Jesus de Nazaré soube usar a DOUTRINA para a vida. Na hora da tentação e de enfrentar o Tentador, como ocorreram várias vezes, quando este quis deturpar o ensino das Escrituras, Jesus estava plenamente consciente do que dizia o texto, como e para quê estava escrito, e venceu (Lucas 4.1-13; Hebreus 2.18). Destacamos a sua segurança e firmeza diante dos absurdos que ouvia de fariseus, saduceus e de outros religiosos da sua época. Ele não só revelava os seus grandes desvios da Palavra de Deus, como também os fazia corar e calar (Mateus 23.34; Lucas 20.39,40, etc.).

O Departamento Infantil é um lugar de histórias, mas se as crianças vibrarem mais com Davi, por exemplo, do que com o Deus a quem Davi servia e confiava, nós teremos falhado como professores de Escola Bíblica Dominical. Se conhecerem bem a história de Sansão, mas pouco ou quase nada ficar retido dos ensinamentos doutrinários a partir do que ouviu sobre Sansão, então haveremos falhado.

Qual a sua atitude diante da história de Jonas? 

Quando chega a nova revista e você vai dar uma olhada superficialmente, você gosta da capa, do título, do tema... aí vai ver o conteúdo das lições: oito lições sequenciais no livro de Jonas. O que você faz? O que você diz? "oh, não. Jonas de novo?!" Afinal, você já contou tantas vezes a história para a turma...

Esta atitude pode ser sintoma de que estamos muito mal acostumados a só contar histórias e a ficarmos procurando sempre um novo meio, técnicas e métodos para contar a mesma história de maneira atraente, perdendo até o sono por causa disso. Contar a história ocupa mais a nossa atenção do que passar o sadio ensino das Escrituras tantas vezes, infelizmente. 

A história, as crianças já conhecem. Então, parta daí. Relembre com elas, peça que forneçam detalhes, enriqueça a sua aula com a participação da turminha. Se tem alguém novo na sala que nunca ouviu a história de Jonas, conte para esta criança, mas procure tratar do foco doutrinário com a turma e com o aluno novo também.

O que o livro de Jonas fala sobre Deus? Como Deus se revela no texto? Será que Deus acompanha e intervém? Como temos provas da Sua Soberania? Enfim, quantos ensinos doutrinários maravilhosos. Sugiro que você tenha sempre à mão a Confissão de Fé de Westminster. Estude-a bem, pois tem doutrina segura. Repasse o que aprendeu sobre Deus na história aos seus alunos. Você verá como a sua aula crescerá e as suas crianças também! Adquira um livro de Teologia Sistemática, enfim, prepare melhor e com mais conteúdo teológico as suas aulas. Lembre-se: doutrina edifica. História simplesmente, não. Tem muito preso no sistema carcerário na América do Norte e no Brasil que ouviu muitas histórias bíblicas. Mas foi só. Doutrina trará raízes para a fé que foi plantada no coração infantil e marcará o caráter. Abastecerá a mente e manterá em dia uma cosmovisão bíblica e cristã das coisas; de todas as coisas e para todas as horas. Doutrina norteará o crescimento de uma pessoa tão jovem, e quando esta pessoa chegar à idade adulta não se esquecerá dos estatutos e da Lei do Senhor, que é perfeita e que foi o que ela aprendeu (Pv 22.6).

Ensinar doutrina ao invés de só contar a história lhe permitirá passar por toda a Bíblia. Você apresentará textos em outros livros das Sagradas Escrituras e a criança começará a perceber que a Bíblia é um livro maravilhoso, coerente, vivo, magistral, rico de ensinos preciosos e únicos, de uma unidade perfeita. Verá o princípio de Deus em todas as páginas e crescerá manuseando bem a sua espada! (2 Tm 2.15)

Jonas de novo?! Mas que bênção!!!  

Lembro-me de ter ouvido uma história interessante. Uma professora de alunos com idade de iniciantes no Ensino Fundamental passou todo o semestre trabalhando em cima do livro de Jonas. Contou vários aspectos da Doutrina, como o amor de Deus, a Justiça divina, o agir de Deus na História, o Deus da Providência, etc. As crianças vibraram com tantos ensinamentos. Quando chegou o dia da convenção anual de famílias daquela denominação, todo um esquema para atender os participantes foi bem elaborado. Tudo muito bem organizado e as crianças foram divididas em grupos e faixas etárias. A professora do dia foi contar exatamente a história de quem?! Isso mesmo: Jonas. E "lá pelas tantas" a empolgada professora chegou na parte em que Jonas foi lançado ao mar. Fez o que pode para demonstrar suspense, aumentou a voz, 'criou um clima', fez aquela entonação característica dos suspenses... "e agora, o que é que vai acontecer com Jonas???!!!" As crianças acompanhavam a empolgada contadora da história do profeta desobediente. Foi quando veio a pergunta:

- Crianças, quem foi que salvou Jonas?!

Uma criança de seis anos respondeu: Deus!

A professora, no seu entusiasmo nem percebeu e disse: "não, meu querido. Foi o peixe"!!! Ao que um menino de seis anos respondeu: "se a senhora quiser que eu diga que foi o peixe, eu digo. Mas quem mandou o peixe para salvar Jonas foi o Deus de toda a providência!"

A professora aprendeu uma grande lição naquele dia. Estava se atendo demais aos detalhes da história. E só. Tanto, que ela esqueceu exatamente onde Deus estava na história de Jonas. O Senhor estava onde sempre esteve, no entendimento daquele garotinho: Deus regia Soberano e era atuante, conduzindo a história como Lhe aprazia e para a Sua glória.

Plante Doutrina e as crianças serão beneficiadas com isso.

Existem duas maneiras de se contar histórias bíblicas e as crianças nos mostrarão se erramos ou se acertamos. Se elas vibrarem mais e amarem mais os personagens das histórias, algo de muito sério está acontecendo conosco e com a nossa maneira de ensinar. 

Que as crianças vibrem com o Grande Deus a quem amamos! As histórias são um excelente meio para afirmarmos e confiramos sempre isto. Ele é fiel. Sim, fiel assim!


Fonte: http://gracaplena.blogspot.com.br

terça-feira, 13 de novembro de 2012

QUANDO PESSOAS SE PARECEM COM SATANÁS


por JOHN PARNELL

Deus criou o homem para refletir a sua imagem e fazer avançar a exibição de sua glória sobre o mundo criado (Gênesis 1:26-28). Mas Adão falhou nesta comissão. Ao invés de ter domínio sobre a serpente, ele sucumbiu à sua astúcia. Como Greg Beale, explica: "Em vez de querer estar perto de Deus a refletir-lo, Adão e sua mulher esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim" (Gênesis 3:8 e 3:10) .

O pecado trouxe o caos e a desordem. As coisas ficaram bagunçadas. Na verdade, as coisas ficaram tão de pernas pro ar que Adão poderia ser visto realmente suprimindo a imagem de Deus e refletindo a imagem da serpente, como uma história ao contrário (veja Romanos 1:18-25).

Adão foi o primeiro ser humano idólatra que se tornou em algo que ele não deveria tornar-se, parecendo mais com a cobra do que com o seu Criador. Beale explica assim:

"Idolatria" deve ser definido como reverenciar qualquer outra coisa que não seja Deus. No mínimo, a fidelidade de Adão havia deixado Deus e voltado para si próprio e, provavelmente, para Satanás, pois ele acabou se assemelhando à personagem da serpente em alguns aspectos.
[Ele mentiu]  A serpente era um mentiroso (Gênesis 3:4) e um enganador (Gênesis 3:1, 13). Da mesma forma Adão, quando perguntado por Deus, "Você comeu da árvore da qual te ordenei que não comesse?" (Gênesis 3:11), ele não responde sem rodeios. Adão respondeu, "A mulher que você me deu para estar comigo, ela me deu da árvore, e eu comi" (Gênesis 3:12). Adão estava culpando Eva por seu pecado, e isso transfere a responsabilidade dele para sua esposa, em contraste com o testemunho bíblico de que Adão foi o verdadeiro responsável pela queda (por exemplo, veja Romanos 5:12-19).
[Ele não confiava na Palavra de Deus]  Além disso, Adão, como a serpente, não confiou na palavra de Deus (em relação a Adão, ver Gênesis 2:16-17; 3:6; no que diz respeito à serpente, Gênesis 3:1, 4-5). A mudança de Adão de confiar em Deus para confiar na serpente significava que ele já não reflete a imagem de Deus, mas sim a imagem da serpente. . . 
[Ele exaltou a sim mesmo]  Adão não só ficou de lado enquanto sua aliada de aliança, Eva, foi enganada pela serpente, mas também decidiu por si mesmo que a palavra de Deus estava errada e a palavra diabo estava certa. Ao fazê-lo, talvez Adão estivesse refletindo uma outra característica da serpente, que exaltou o seu próprio padrão de conduta ao invés dos padrões de justiça de Deus. Certamente Adão estava decidindo por si mesmo que a palavra de Deus estava errada. Este é precisamente o ponto onde Adão se colocou no lugar de Deus - este é o culto do eu. (GK Beale, A Teologia do Novo Testamento bíblico).

Adão era um enganador. Ele não confiava na palavra de Deus. Ele exaltou seu próprio padrão acima do padrão de Deus isso é um culto a si mesmo. Os seres humanos, criados à imagem da majestade de Deus, rebelaram-se e tornaram-se em imagem da serpente. Esta foi a queda. E essa não é apenas a história de Adão, é a nossa história também.

O pecado não é uma coisa que nós podemos simplesmente varrer para debaixo do tapete. Não é um pouco disso ou daquilo. Ah, não. O pecado é mais fundamentalmente nós agindo como Satanás em vez de refletir a glória de Deus.

Pense nisso por um momento.

Falsificando a verdade, distorcendo um pouco as coisas, ignorando a palavra de Deus, elevando a nossa razão acima do que ele disse - essas não são lutas nem fraquezas, isso é satânico. É negar o propósito mais fundamental da nossa existência: glorificar a Deus e trazer a marca da sua santidade.

Uma motivação para uma vida de arrependimento é ver o nosso pecado como ele realmente é.

Fonte: http://www.hermeneuticaparticular.com

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

40 razões para ser parte de uma igreja local

É possível viver uma vida cristã fiel sem ser parte fiel de uma igreja local? Já escutei que muitas pessoas usam o argumento de que sim, é possível, sobretudo se não existem boas igrejas próximas. No estou de acordo.

No mínimo, existem quarenta mandamentos diferentes no Novo Testamento para viver a vida, de certo modo, com outros crentes. Ainda que certamente é possível cumprir algumas dessas ordens com os cristãos em geral, o peso dessa lista deve convencer-lhe da necessidade de possuirmos relações continuas com outros crentes.

E essas relações são somente reforçadas pela comunhão da igreja local. De fato, considero que parte desta lista é simplesmente impossível de ser cumprida se você não tem a classe de comunhão continua e cada vez maior com outros crentes que só vem através do ministério em uma igreja local:

1. Estimular-nos uns aos outros ao amor e às boas obras (Hebreus 10:24)
2. Confessai vossas ofensas uns aos outros (Tiago 5:16)
3. Edificar-nos uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:11)
4. Ser de uma mesma mente que os outros (Romanos 12:13, 15:5)
5. Animar uns aos outros à luz da morte (1 Tessalonicenses 4:18)
6. Empregar seus dons espirituais no serviço aos outros (1 Pedro 4:10)
7. Orar uns pelos outros (Tiago 5:16)
8. Amar uns aos outros (Romanos 12:10)
9. Estar em paz uns com os outros (Marcos 9:50)
10. Animarem-se uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:11)
11. Saudar-vos uns aos outros (2 Coríntios 13:12)
12. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. (Gálatas 5:26)
13. Ser benignos com os outros (Efésios 4:32)
14. Abundar em amor uns pelos outros (1 Pedro 1:22)
15. Viver em paz uns com os outros (1 Tessalonicenses 5:13)
16. Que nos amemos uns aos outros (2 João 5)
17. Amai-vos ardentemente uns aos outros (1 Pedro 1:22)
18. Ter comunhão uns com os outros (1 João 1:7)
19. Não julgar-nos uns aos outros (Romanos 14:13)
20. Tomar a comunhão (a Ceia do Senhor) com os outros (1 Coríntios 11:33)
21. Aceitar-nos uns aos outros (Romanos 15:7)
22. Considerar aos demais como superiores a si mesmos (Filipenses 2:3)
23. Carregar as cargas uns aos outros (Gálatas 6:2)
24. Exortando-os uns aos outros (Romanos 15:14)
25. Servir uns aos outros (Gálatas 5:13)
26. Não mintais uns aos outros (Colossenses 3:9)
27. Suportando-os uns aos outros (Colossenses 3:13)
28. Perdoar uns aos outros (Colossenses 3:13)
29. Ensinar e exortar uns aos outros (Romanos 15:14)
30. Cuidando dos outros (1 Coríntios12:25)
31. Vestir-se com humildade para os demais (1 Pedro 5:5)
32. Ser hospitaleiros uns para com os outros (1 Pedro 4:9)
33. Não se queixar uns aos outros (Tiago 5:9)
34. Mostrar paciência uns aos outros (Efésios 4:2)
35. Falando entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19)
36. Dar preferência uns aos outros (Romanos 12:10)
37. Não 'morder e comer' uns aos outros (Gálatas 5:15)
38. Submetei-vos uns aos outros (Efésios 5:21
39. Buscar o bem dos outros (1 Tessalonicenses 5:15)
40. Não deixar de reunir-nos com os outros (Hebreus 10:25)

Esse último motivo leva toda a lista a um círculo. Se ser cristão não significa nada mais que tomar uma decisão sobre Jesus Cristo, nada disso importa. Porem, se ser cristão significa entrar em um mundo que altere a vida, onde Deus deseja sua santificação e lhe concede os meios para crescer e os mandamentos a seguir, então é simplesmente impossível fazê-lo fora do contexto de uma igreja local.

Por Jesse Johnson
Tradução: Armando Marcos