sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Educar é...



“Educação” deveria ser verbo e não substantivo. Devendo estar sempre no gerúndio. Poderia ser acompanhada por artigo indefinido e partitivo (não quantificável), como existente em outras línguas. Se assim fosse, entenderíamos sua presença constante e progressiva em nossa vida. Compreenderíamos que trata-se de algo imensurável em sua quantidade e valor.


O verbo educar ao ser representado na fala ou na escrita deveria tomar sempre o formato plural e, quando no infinitivo, impessoal. Dessa forma, expressaria sua essência coletiva e interacionista. Educar é definitivamente um ato que só ocorre entre “eu” e o “outro”, ou entre os “outros”: nunca comigo mesmo... sempre plural, já apontava Paulo Freire!


Levando ao extremo, na gramática, “mim” como sujeito deveria ter uso proibido na mesma frase que contenha a palavra educação. Esse “mim” não funciona como sujeito da ação... e a ação é inerente a educação. Da mesma forma, não poderia ser usada juntamente com conjunção coordenada adversativa “mas”. Deveria ser usada apenas com advérbio de intensidade “mais”. Assim ele nunca nos remeteria a adversidade, mas a seu aspecto intensivo e somatório. Compreenderíamos que a educação apenas acrescenta.


Sabe-se que a palavra educação é feminino. Talvez para fazer alusão à sua capacidade reprodutora. É a única riqueza que quanto mais usamos, mais adquirimos.


Educação deveria ser conjunção. Assim, entenderíamos que ela cria vínculos e promove união. A educação deveria nos tornar mais iguais: humanos! Não deveria ser entendida como medalha que colocada no peito nos torna melhores do que os outros.


Educação e suas variantes deveriam permitir apenas contração e não junção com prefixos. Dessa forma denunciaria sua capacidade de troca recíproca. É ensinando que se aprende... A educação é marcada pela interação social, o que vai além do mero contato físico. Trata-se de um processo de troca de significados que inicia quando nascemos e termina apenas com o fim do contato com a sociedade, normalmente quando morremos. Por isso, reitero, educação deveria ser gerúndio...


Será que precisaremos alterar a gramática para entendermos as virtudes da educação?

Por Cristiano Bodart, doutorando em Sociologia/USP
Ilustração: Jaime Guimarães - Professor e cartunista do blog grooeland.blogspot.com



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O Trabalho do Professor


Se você atendeu ao chamado de ensinar em uma classe de Escola Dominical, na verdade você aceitou um grande trabalho, porque este chamado traz consigo o privilégio e a responsabilidade de cooperar com Deus na formação do caráter cristão, e no compartilhamento do conhecimento espiritual. De modo real essa pessoa foi chamada ao ministério. Reconhecendo a importância e a dignidade de seu chamamento, você deve propor-se, com a ajuda de Deus, a conseguir maior e melhor rendimento possível em seu trabalho, fazendo dele uma verdadeira vocação.

Em primeiro lugar, você deve procurar o que não se adquire por mero estudo: os dons espirituais, especialmente apropriados ao professor (1 Coríntios 12:7-10, 28). A partir daí, lembrando-se de que Deus sempre opera em colaboração com nossa inteligência, você, como professor, começa seu próprio treinamento, fazendo a si mesmo as seguintes perguntas:


1. Por que ensino? Qual é meu propósito e que objetivo quero alcançar?

Você, professor, precisa ter percepção clara e bem definida do propósito de seu ensino. Só assim poderá ter êxito em seu trabalho. Se não houver um propósito firme e uma preparação prévia, se tudo for deixado ao acaso, assim também serão os resultados de seu ensino. Depois de considerar bem o assunto, o verdadeiro professor espiritual chega à conclusão de que seu trabalho principal, e o fim primordial de seu esforço, serão a aplicação das verdades bíblicas para guiar seus alunos a um conhecimento experimental de Cristo, que cada lição seja um instrumento para o crescimento do caráter cristão. Em resumo, seu objetivo principal tem largo âmbito moral e espiritual.


2. A quem ensinarei? Que tipo de alunos receberá meu ensino?

Seu talento e suas condições pessoais, como professor, revelarão se lhe convém mais ensinar aos adultos, aos jovens, aos adolescentes, aos intermediários, aos primários ou às criancinhas.


3. Que ensinarei? Que conhecimento do assunto possuo?

O objetivo principal de seu ensino será, é claro, a Bíblia. Por isso, deve fazer o máximo que puder para dominar as histórias, as doutrinas, a geografia e os costumes mencionados na Bíblia. "Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo?" (Romanos 2:21).

O professor não pode compartilhar o que não sabe, não pode explicar o que não compreende, nem pode falar com autoridade se não tiver um conhecimento completo da matéria que ensinará. Se você tem intenção de entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude "sem cessar", leia diligentemente acerca de tudo o que a Bíblia ensina em diversos níveis, e faça um estudo sistemático da Palavra de Deus. Certamente este programa significa trabalho duro, mas não se alcança um ensino eficaz e eficiente sem esforço. O verdadeiro professor tem que alcançar os frutos de seu ensino com o suor de seu rosto. No entanto, todo esforço árduo é rico em recompensas.


4. Como ensinarei?

Responder a esta pergunta é de grande importância. Não importa quanto conhecimento o professor possua, falhará se não possuir também a arte de ensinar, isto é, se não souber transmitir esses conhecimentos a seus alunos.

Será que alguém pode, na verdade, aprender a ensinar? Podemos imaginar você, leitor, dizendo: "Eu pensei que ensinar fosse um dom que algumas pessoas têm por natureza!" É verdade que certos indivíduos possuem capacidade especial para ensinar, mas é também acertado dizer-se que esta arte pode ser adquirida.

Algumas pessoas parecem "gênios", mas na maioria dos casos, o gênio é o resultado de dois por cento de inspiração e noventa e oito por cento de transpiração, como disse Thomas Edison.

O ensino é uma arte que pode ser adquirida porque é governada por leis definidas. Estude e domine estas leis, aplique-as com paciência, e você descobrirá que está ensinando bem. O bom êxito depende de "saber como fazê-lo".

(adaptado do livro “Ensinando com êxito na Escola Dominical”, de Myer Pearlman, Editora Vida, 1995, 7ª ed.)


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

COMO ENSINAR AS CRIANÇAS ACERCA DE DEUS


*Por Philip Doddridge*

PRIMEIRAMENTE tenho de reconhecer que não há esforço humano, nem de pastores nem de pais de família, que possa ser eficaz para levar uma alma ao conhecimento salvador de Deus em Cristo sem a colaboração das influências transformadoras do Espírito Santo. Não obstante, você sabe muito bem, e espero que considere seriamente, que isto não debilita a sua obrigação de usar com muita diligência os meios corretos. O grande Deus tem declarado as regras de operação tanto no mundo da graça quanto na natureza. Ainda que não se limite a elas, seria arrogante da nossa parte e destrutivo esperar que Ele delas se desvie a favor de nós ou dos nossos.

Vivemos não só de pão, “mas também de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4:4). Se o Senhor tiver determinado continuar sua a vida ou a vida de seus filhos, sem dúvida, Ele alimentá-lo-á ou o sustentará com os seus milagres. Não obstante, você crê-se obrigado a cuidar com prudência do seu pão quotidiano. Concluiria você, e com razão, que se você deixasse de alimentar o seu bebe, seria culpado de homicídio diante de Deus e da sociedade; nem você pode crer que pode dar a desculpa de que o encarregou ao milagroso cuidado divino enquanto você o deixou desamparado sem subministrar-lhe nada da ajuda humana. Tal pretexto só adicionaria impiedade (*) à sua crueldade e serviria apenas para piorar o crime que quis desculpar. Também seria absurdo que nos enganássemos com a esperança de que os nossos filhos fossem ensinados por Deus, e regenerados e santificados pelas influências da sua graça, se descuidarmos o cuidado prudente e cristão da sua educação que quero agora descrever e recomendar...

1. As crianças devem, sem lugar a dúvidas, ser criadas no caminho da piedade e da devoção a Deus. Isto, como você bem sabe, é a soma e o fundamento de tudo o que é realmente bom. “O princípio da sabedoria é o temor do SENHOR” (Sl 111:10). Portanto o salmista convida os filhos a aproximar-se dele com a promessa de instruí-los nela: “Vinde, meninos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do SENHOR” (Sl 34:11). E, algumas noções corretas do Ser Supremo devem ser implantadas na mente dos filhos antes de que possa haver um fundamento razoável para lhes ensinar as doutrinas que se referem particularmente a Cristo como o Mediador. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” (Hb 11:6).

A prova da existência de Deus e alguns dos atributos da natureza divina que mais nos preocupam dependem de princípios tão singelos que até as mentes mais simples podem compreendê-los. O menino aprenderá facilmente que como cada casa é construída por algum homem e que não pode haver uma obra sem um autor, assim também Aquele que construiu todas as coisas é Deus. Partindo da ideia óbvia de que Deus é o Criador de tudo, podemos apresentá-lo, com naturalidade, como extremamente grande e extremamente bom, a fim de que aprendam já a reverenciá-lo e amá-lo.

É de muita importância que as crianças sejam imbuídas(**) de um sentido de admiração para com Deus e de uma veneração humilde ante as suas perfeições e as suas glórias. Portanto, é necessário apresentá-lo a eles como o grande Senhor de tudo. E, quando lhes mencionamos outros agentes invisíveis, sejam anjos ou demônios, devemos... sempre apresentá-los como seres inteiramente sob o governo e controle de Deus...

Temos de ser particularmente precavidos quando ensinamos a estes infantes a pronunciar esse nome grande e terrível: O Senhor nosso Deus; que não o tomem em vão, mas que o utilizem com a solenidade que lhe corresponde, recordando que nós e eles não somos mais do que pó e cinzas diante dele. Quando ouço os pequenos falar do Deus grande, do Deus santo, do Deus glorioso, como às vezes acontece, causa-me prazer. Considero isso como uma prova da grande sabedoria e piedade daqueles que têm a seu cargo a sua educação.

Mas temos de ter muito cuidado para não limitar as nossas palavras a esses conceitos extraordinários, não seja que o temor a Deus os domine tanto que as suas excelências os levem a ter medo de aproximarem-se dele. Temos de descrevê-lo não só como o maior, mas também como o melhor dos seres. Devemos ensiná-los a conhecê-lo pelo nome muito consolador de: “"Senhor, Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o Seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado.” (Ex 34:6-7 NIV).

Devemos apresentá-lo como o Pai universal, bondoso, indulgente (***), que ama as suas criaturas e por meios corretos lhes provê o necessário para a sua felicidade. E devemos apresentar-lhes particularmente a sua bondade para com eles: que com a sua ternura paternal os protegeu nos seus berços, que com a sua compaixão escutou os seus débeis prantos antes de que os seus pensamentos infantis pudessem dar forma a uma oração. Temos de lhes dizer que vivem cada momento dependendo de Deus e que todo o nosso carinho por eles não é mais do que o que ele põe no nosso coração e que o nosso poder para os ajudar não é mais do que o que ele coloca nas nossas mãos. Deveremos também recordar-lhes solenemente que em pouco tempo os seus espíritos retornarão para este Deus. Assim como agora o Senhor está sempre com eles e sabe tudo o que eles fazem, dizem ou pensam, trará toda a obra a juízo e os fará felizes ou infelizes para sempre, conforme são, em geral, encontrados obedientes ou rebeldes. Devemos apresentar-lhes também as descrições mais vívidas e emocionantes que as Escrituras nos dão do Céu e do Inferno, animando-os a que reflitam neles.

Quando deita tal alicerce crendo na existência e na providência de Deus e num estado futuro de recompensas assim como de castigos, deve ensinar às crianças os deveres que elas têm para com Deus. Deve ensinar-lhes particularmente a orar-lhe e a louvá-lo. O melhor de tudo seria que, com um profundo sentido das perfeições de Deus e das necessidades deles, eles pudessem derramar as suas almas diante dele usando as suas próprias palavras, ainda que sejam débeis e entrecortadas. Mas tem de reconhecer que até que se possa esperar isto deles, é muito apropriado ensinar-lhes algumas formas de oração e de ação de graças, que consistam de passagens singelas e claras (das Escrituras) ou de outras expressões que lhes sejam familiares e que se ajustam melhor às suas circunstâncias e à sua compreensão...

2. Terá de criar aos filhos no caminho da fé no Senhor Jesus Cristo. Vocês sabem, meus amigos, e espero que muitos de vocês saibam pela experiência quotidiana do gozo em vossas almas, que Cristo é “o caminho, a verdade, e a vida” (Jo 14:6). É por Ele que podemos aproximar-nos de Deus confiadamente, que de outro modo é “um fogo consumidor” (Hb 12:29). Portanto, é de suma importância guiar as crianças o mais breve possível para o conhecimento de Cristo, que é sem dúvida, uma parte considerável da “disciplina e admoestação” do Senhor que o Apóstolo recomenda e que possivelmente foi o que ele tentou dizer com essas palavras (Ef 6:4).

Portanto, temos de ensinar-lhes o quanto antes possível que os primeiros pais da raça humana se rebelaram contra Deus e se submeteram a si mesmos e aos seus descendentes à ira e maldição divina (Gn 1 a 3). Deve explicar as terríveis consequências disto, e esforçar-se por convencê-los de que eles se fazem responsáveis por desagradar a Deus —coisa terrível!— pelas suas próprias culpas. Deste modo, por meio do conhecimento da Lei, abrimos o caminho ao Evangelho, às novas gozosas da libertação por meio de Cristo.

Ao ir apresentando isto, temos de ter o supremo cuidado de não lhes encher a mente com uma antipatia para com uma pessoa sagrada enquanto tratamos de atrai-los para outra. O Pai não deve ser apresentado como severo e quase implacável, convencido quase por força, pela intercessão de seu Filho compassivo, a ser misericordioso e perdoador. Ao contrário, temos de falar dele como a fonte cheia de bondade, que teve compaixão de nós no nosso sofrimento impotente, cujo braço todo-poderoso se estendeu para nos salvar, cujos conselhos eternos de sabedoria e amor deram forma a esse importante plano ao qual devemos toda a nossa esperança. Mostre-lhes que esta é a doutrina bíblica. Devemos ensiná-la às nossas crianças numa idade temporã, e ensinar o que era esse plano, na medida em que sejam capazes de recebê-lo e nós capazes de explicá-lo. Devemos dizer-lhes repetidamente que Deus é tão santo, tão generoso que, em lugar de destruir com uma mão ou com a outra deixar sem castigo o pecado, fez com que seu próprio Filho fosse um sacrifício por eles, fazendo com que ele se humilhasse a fim de que nós pudéssemos ser exaltados, que ele morreu a fim de que nós pudéssemos viver.

Também temos de lhes apresentar —com santa admiração e gozo!—com quanta disposição consentiu o Senhor Jesus Cristo em procurar a nossa libertação de um modo tão caro. Com quanta alegria disse: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade.” (Hb 10:7, 9 ARC1995)! Para mostrar o valor deste assombroso amor, devemos esforçar-nos, segundo a nossa débil capacidade, por ensinar-lhes quem é este Redentor compassivo, apresentar-lhes algo da sua glória como Filho eterno de Deus e o grande Senhor de anjos e homens. Temos de os instruir da sua assombrosa condescendência ao deixar aquela glória para ser um menino pequeno, débil e indefeso, e logo um homem aflito e de dores. Temos de guiá-los ao conhecimento dessas circunstâncias na história de Jesus que tenham o impacto maior sobre a sua mente e para lhes inculcar desde pequenos, um sentido de gratidão e amor por Ele. Temos de lhes contar quão pobre ele se fez a fim de nos enriquecer a nós, com quanta diligência andou fazendo o bem e com quanta disposição pregava o Evangelho aos mais humildes. Devemos contar-lhes especialmente quão bom era com as crianças e como mostrou o seu desagrado aos seus discípulos quando eles tentaram impedir que as crianças se aproximassem dele. A Bíblia diz expressamente que Jesus estava muito aborrecido e que disse: “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc 18:16 ARC1995) — um momento tenro que possivelmente ficou registado, pelo menos em parte, por esta razão: para que as crianças de épocas vindouras o conhecessem e se vissem afetados por ele.

Por meio destas cenas da vida de Jesus, temos de guiá-los a conhecer a sua morte. Temos de lhes mostrar com quanta facilidade teria ele podido livrar-se dessa morte —do que deu clara evidência de que teria podido aniquilar com uma palavra aos que chegaram para capturá-lo (Jo 18:6)— mas com quanta paciência se submeteu às feridas mais cruéis: ser açoitado e deixar que lhe cuspissem, ser coroado de espinhos e de carregar a sua cruz. Temos de lhes mostrar como esta pessoa divina inocente e santa foi levada como um cordeiro o matadouro; e, enquanto os soldados cravavam com pregos, em lugar de carregá-los de maldições, orou por eles dizendo: “Pai, perdoa-os, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34). E quando os seus pequenos corações se tenham maravilhado e derretido ante uma história tão estranha, temos de contar-lhes como ele sofreu, sangrou e morreu por nós, recordando-lhes com frequência como eles estão incluídos nesses sucessos.

Temos de guiar os seus pensamentos a fim de que vejam a glória da ressurreição e ascensão de Cristo, e contar-lhes com quanta bondade ainda recorda ele o seu povo na sua exaltação, defendendo a causa das criaturas pecadoras, e utilizando o seu interesse no tribunal do Céu para procurar a vida e a glória para todos os que creem nele e o amam.

Havemos logo depois de continuar a instruí-los nos pormenores da obediência pela qual a sinceridade da nossa fé e do nosso amor receberá aprovação. Temos de recordar-lhes constantemente a sua própria debilidade e de lhes contar como Deus nos ajuda enviando o seu Espírito Santo a morar em nosso coração para nos fazer aptos para toda a palavra e obra boa.

É uma lição importante sem a qual a nossa instrução será em vão e o que eles ouçam será igualmente em vão!

(*) impiedade – falta de reverência para com Deus.
(**) imbuídos – receber na mente e reter.
(***) O autor não quer dizer uma indulgência pecaminosa como se menciona noutros artigos, mas “pronto para mostrar favor”.



Philip Doddridge (1702-1751), pastor congregacional, foi educador, escritor e hinógrafo. Seus hinos eram escritos principalmente como resumo de seus sermões. Suas composições revelam um grande zelo missionário.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Nos braços do Pai



*Brennam Manning*

A oração é outra área em que muitos têm dificuldades porque não estão conscientes de que na liberdade do Espírito há tantos modos de orar quanto cristãos. A regra cardeal da oração permanece o dito de Don Chapman: 'Ore como você consegue; não ore como você não consegue'.

Suponhamos que você dê para sua filha de três anos um liro de colorir e uma caixa de giz de cera como presente de aniversário. No dia seguinte, ostentando o sorriso orgulhoso que somente um pequeno pode reunir, ela apresenta as primeiras figuras para sua inspeção. Ela coloriu o sol de preto, a grama de roxo e o céu de verde. No canto inferior direito, ela acrescentou maravilhas confusas de placas flutuantes e anéis suspensos; à esquerda, um arsenal de rabiscos coloridos e despreocupados. Você se maravilha diante dos traços ousados dela e intui que sua psiquê está lutando contra sua própria pequenez cósmica diante de um mundo grande e feio. Mais tarde, no escritório, você compartilha com sua equipe o primeiro esforço artístico de sua filha e faz veladas referências às obras mais precoces de Van Gogh.

Nenhuma criancinha é capaz de colorir mal; tampouco nenhum filho de Deus é capaz de fazer uma oração ruim. 'Um pai se deleita quando seu filho pequenino, deixando de lados seus brinquedos e amigos, corre até ele e atira-se em seus braços. Enquanto abraça seu pequenino junto de si, o pai pouco se importa se a criança está olhando ao redor, sua atenção passando rapidamente de uma coisa para a outra, ou apenas se aconchegando para dormir. Essencialmente, a criança está escolhendo estar com seu pai, confiante do amor, do cuidado e da segurança que são seus nos braços dele. Nossa oração é bem semelhante. Nós nos aconchegamos nos braços do Pai, em suas mãos amorosas. Nossa mente, nossos pensamentos, nossa imaginação podem saltar de um lugar para outro; podemos até mesmo cair no sono, porém estamos essencialmente escolhendo permanecer durante esse tempo na intimidade com nosso Pai, entregando-nos a ele, recebendo seu amor e cuidado, deixando que ele desfrute de nós à vontade. É oração simples. É oração bem infantil. É oração que nos abre para todos os deleites do reino.' ”

Fonte:  extraído de MANNING, Brennam. O evangelho maltrapilho. São Paulo: Mundo Cristão, 2005

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Imitar comportamentos e não conhecer a Deus


Há um potencial muito real para as pessoas serem socializadas numa subcultura cristã e nunca conhecer verdadeiramente o Pai. Uma pessoa pode aprender a linguagem, os comportamentos, as atitudes e os valores do Cristianismo, mas nunca ser salva. Um defensor da abordagem social à educação cristã foi o liberal clássico George Albert Coe, que observou



"Assim como as crianças prontamente aceitam nossa instrução, assim elas abertamente imitam nossos atos religiosos. A oração noturna, o agradecimento antes das refeições, a participação no culto – essas coisas, sob condições favoráveis, são benquistas; não requerem coerção. Mas elas não podem, sem outras evidências, ser consideradas como sinais claros de religiosidade."
[…]

A fé cristã é mais do que aprender os comportamentos certos. É uma questão de relacionamento certo com Deus. O perigo é confundir o exterior com o interior, confundir os costumes sociais com a regeneração e a fé verdadeira.

[…]

Pode haver um perigo real de induzir as pessoas a “viver como cristãs”, mas nunca apresentar-lhes Jesus. A salvação é uma questão de fé e fé inclui um relacionamento com Deus. A socialização pode ensinar uma pessoa a fazer parte da comunidade cristã sem ter um relacionamento vivo com Deus.

Essa crítica não é só à socialização. Isso pode acontecer em qualquer modo de ensino, porque nós não podemos medir, ou conhecer com certeza o relacionamento de alguém com Deus. Mas há um perigo inerente e específico em confundir a adaptação a uma subcultura, tal como a cristã, com ter um relacionamento redentivo com Deus. Os defensores de um modelo puro de socialização devem reconhecer esse perigo.

Nós devemos nos lembrar da mensagem do profeta Malaquias a Israel. Ele disse que Deus não queria suas festas, seus sacrifícios e suas ofertas. Por intermédio do profeta Deus disse “Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta” (Ml 1:10).

Mesmo que Deus tenha ordenado as festas e os sacrifícios, ele agora os recusa, porque eles estavam sendo oferecidos sem o compromisso. O povo estava praticando RITUAIS VAZIOS, sem significado, e eram portanto uma abominação ao Senhor. Eles tinham sido socializados em sua religião, mas não tinham fé, não tinham um relacionamento verdadeiro com Deus.


Extraído de  DOWNS, Perry G. Ensino e Crescimento - uma introdução à educação cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2001, pg. 198-199.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

EDUCAR [Rubens Alves]

"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser  especialistas em amor: intérpretes de sonhos." (Rubem Alves)





sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Alfabetos Bíblicos - II



Este exercício é uma ótima dinâmica para realizar em grupos de estudos bíblicos. Estimula a curiosidade, a pesquisa e, principalmente, a leitura da Bíblia.

Homens do Novo Testamento

A - Um homem que morreu ao mentir.
B – O criminoso que foi solto em lugar de Jesus.
C – O apelido de Pedro, dado por Jesus.
D – O apelido de Tomé.
E – Um moço que caiu da janela enquanto Paulo pregava.
F – Um governador romano que ficou amedrontado quando Paulo pregou.
G – Um homem de Derbe que, em companhia de outros, acompanhou Paulo pela Macedônia.
H – O rei que mandou degolar João Batista.
I – Sobrenome do apóstolo que traiu a Jesus Cristo.
J – Um pregador que morava no deserto.
L – O médico amado.
M – Jovem companheiro de Paulo que o abandonou na primeira viagem, mas depois se mostrou firme.
N – Um homem que procurou Jesus à noite.
O – Um escravo fugitivo que se converteu ao Cristianismo mediante a pregação de Paulo.
P – O grande apóstolo dos gentios.
Q – Um crente que enviou saudações aos romanos.
R - Um dos filhos do homem que ajudou Jesus a carregar a cruz.
S – O companheiro de Paulo na prisão, quando se deu um terremoto.
T – O “filho espiritual” de Paulo, a quem este escreveu duas epístolas.
U – Um cooperador a quem Paulo envia saudações na sua carta aos romanos.
Z – Um homem que subiu a uma árvore para ver Jesus passar.


Gabarito:


A
Ananias (At 5:5)
M
Marcos (At 12:25; 13:13; 2Tm 4:11)
B
Barrabás (Mc 15:15)
N
Nicodemos (Jo 3:1-2)
C
Cefas (Jo 1:42)
O
Onésimo (Fm, verso 10)
D
Dídimo (Jo 11:16)
P
Paulo (Gl 1:16)
E
Êutico (At 20:9)
Q
Quarto (Rm 16:23)
F
Félix (At 24:25)
R
Rufo (Mc 15:21)
G
Gaio (At 20:4)
S
Silas (At 16:25)
H
Herodes (Mc 6:27)
T
Timóteo (1Tm 1:2)
I
Iscariotes (Mt 10:4)
U
Urbano (Rm 16:9)
J
João Batista (Mt 3:1)
Z
Zaqueu (Lc 19:2)
L
Lucas (Cl 4:14)





Educação e Vida


"Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes."  (Paulo Freire)