quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Nos braços do Pai



*Brennam Manning*

A oração é outra área em que muitos têm dificuldades porque não estão conscientes de que na liberdade do Espírito há tantos modos de orar quanto cristãos. A regra cardeal da oração permanece o dito de Don Chapman: 'Ore como você consegue; não ore como você não consegue'.

Suponhamos que você dê para sua filha de três anos um liro de colorir e uma caixa de giz de cera como presente de aniversário. No dia seguinte, ostentando o sorriso orgulhoso que somente um pequeno pode reunir, ela apresenta as primeiras figuras para sua inspeção. Ela coloriu o sol de preto, a grama de roxo e o céu de verde. No canto inferior direito, ela acrescentou maravilhas confusas de placas flutuantes e anéis suspensos; à esquerda, um arsenal de rabiscos coloridos e despreocupados. Você se maravilha diante dos traços ousados dela e intui que sua psiquê está lutando contra sua própria pequenez cósmica diante de um mundo grande e feio. Mais tarde, no escritório, você compartilha com sua equipe o primeiro esforço artístico de sua filha e faz veladas referências às obras mais precoces de Van Gogh.

Nenhuma criancinha é capaz de colorir mal; tampouco nenhum filho de Deus é capaz de fazer uma oração ruim. 'Um pai se deleita quando seu filho pequenino, deixando de lados seus brinquedos e amigos, corre até ele e atira-se em seus braços. Enquanto abraça seu pequenino junto de si, o pai pouco se importa se a criança está olhando ao redor, sua atenção passando rapidamente de uma coisa para a outra, ou apenas se aconchegando para dormir. Essencialmente, a criança está escolhendo estar com seu pai, confiante do amor, do cuidado e da segurança que são seus nos braços dele. Nossa oração é bem semelhante. Nós nos aconchegamos nos braços do Pai, em suas mãos amorosas. Nossa mente, nossos pensamentos, nossa imaginação podem saltar de um lugar para outro; podemos até mesmo cair no sono, porém estamos essencialmente escolhendo permanecer durante esse tempo na intimidade com nosso Pai, entregando-nos a ele, recebendo seu amor e cuidado, deixando que ele desfrute de nós à vontade. É oração simples. É oração bem infantil. É oração que nos abre para todos os deleites do reino.' ”

Fonte:  extraído de MANNING, Brennam. O evangelho maltrapilho. São Paulo: Mundo Cristão, 2005

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