sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Seis aspectos do evangelho são dignos de nota



[por John Stott]

1 Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. 2 Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. 3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, 4 E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 5 E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. (1 Coríntios 15:1-5)

1.     O evangelho é cristológico. O centro da mensagem cristã é que "Cristo morreu pelos nossos pecados...[e] ressuscitou ao terceiro dia". 0 evangelho não está limitado a estes acontecimentos, mas eles são sua verdade prioritária, a primeira coisa que ele recebeu e que tem o cuidado de transmitir (versículo 3). 0 evangelho não pode ser pregado se Cristo não for pregado, e o Cristo autêntico não é proclamado se sua morte e ressurreição não forem centrais.

2.     O evangelho é bíblico. O Cristo que Paulo proclamava era o Cristo bíblico, que morreu por nossos pecados "segundo as Escrituras" (versículo 3). Que "Escrituras" do Antigo Testamento Paulo tinha em mente, isso ele não diz aqui, mas, sem dúvida, elas teriam incluído aquelas que Jesus usou quando "explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras" (Lc 2425-27; 44-46), as que Pedro usou no dia de Pentecostes (At 2.25-31), e notadamente o Salmo 22 e Isaías 53. Para os primeiros evangelistas cristãos, era de suma importância o fato de que a morte e a ressurreição de Jesus foram confirmadas por duas testemunhas: os profetas e os apóstolos ou, como diríamos, o Antigo Testamento e o Novo Testamento.

3.     O evangelho é histórico. Precisamos notar as referências, tanto ao sepultamento de Jesus como às suas aparições, pois o sepultamento atestava a realidade da sua morte (já que enterramos os mortos, não os vivos), enquanto que as aparições testificavam da realidade da sua ressurreição. Além do mais, o que re-surgiu é aquilo que foi escondido, enterrado. Em outras palavras, o que foi ressuscitado e transformado foi o corpo de Cristo. Além disso, a ressurreição é um evento histórico possível de ser datado, uma vez que ela ocorreu "no terceiro dia".

4.     O evangelho é teológico. A morte e a ressurreição de Jesus não foram apenas acontecimentos históricos; elas têm um significado teológico ou resgatador. Ele não apenas morreu, mas "morreu pelos nossos pecados". Como pecado e morte estão relacionados um com o outro no decorrer das Escrituras como sendo uma ofensa e sua devida recompensa, e como Jesus mesmo não cometeu pecado algum pelo qual necessitasse morrer, ele deve ter morrido por nossos pecados. Os pecados eram nossos, mas a morte foi dele. Ele morreu a nossa morte. Ele sofreu nosso castigo. Só assim poderíamos "ser salvos" (versículo 2). Isso aponta claramente para a natureza substitutiva da cruz.

5.     O evangelho é apostólico. Isso significa que é uma parte essencial da mensagem autêntica recebida e transmitida pelos apóstolos. Faz parte da tradição apostólica. No versículo 11 [1Co 15] Paulo conclui: "Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isto que pregamos, e é isto que vocês creram". Esse amontoado de pronomes pessoais (eu, eles, nós, vocês) é deveras impressionante. Indica uma unidade de fé entre Paulo e os Doze, e entre os apóstolos e a igreja, até mesmo entre a primeira geração de crentes e todas as subsequentes.

6.     O evangelho é pessoal. Isto é, a morte e a ressurreição de Jesus não são apenas história e teologia, mas são o caminho da salvação individual. Os coríntios o receberam, decidiram-se por ele e foram salvos por ele, conquanto se mantivessem firmemente apegados a ele (versículos 1-2).

Fonte: John Stott – A Verdade do Evangelho.
publicado em http://entretextosteologicos.blogspot.com.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Qual tradução da Bíblia devo usar?


Você já percebeu a grande porção de exemplares da Bíblia existente no mercado? Você já percebeu como é difícil escolhermos um exemplar das Escrituras Sagradas? Sim, não é uma decisão fácil esta. Diante disso, posto aqui um vídeo do professor Augustus Nicodemus que traz algumas considerações sobre esta questão.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A parábola da faca


"No mundo há somente uma coisa  digna de 
ser buscada:  o conhecimento de Deus." 
(Robert H. Benson)



Havia um jovem tolo, para o qual foi dado uma faca, serrilhada de um lado e cega do outro. Este recebeu a faca com a parte cega para cima e por causa disto só observou e admirou tal parte. Ele inicialmente começou a passar o dedo sobre o mesmo lado da faca e observou que nada lhe acontecia. Após algum tempo, ele começou a passá-la no braço e percebeu que também nada lhe acontecia. Assim, concluiu que a faca era inofensiva.

Quando chegou a sua casa, tão empolgado quanto desavisado, chamou sua sábia mãe e mostrou-lhe a faca e lhe falou que a faca era inofensiva e para provar passou a parte cega em seu braço, ao passo que a sábia mãe somente disse para ele tomar cuidado que ele ia se cortar.

O jovem ficou revoltado com a mãe. “Como uma faca tão inofensiva faria algum mal para mim”. Então passou a provar sua tolice demonstrando a muitos quão inofensiva era a faca. Em uma demonstração, por desaviso e descuido, ele inverteu o lado da faca. Ao passá-la no braço, obviamente, cortou-se e desesperado jogou a faca longe e exclamou:

- Esta não é minha faca. Esta nunca poderia ser minha faca. Eu quero a minha faca.

Ao chegar correndo em casa, sua mãe tratou-lhe o ferimento e lhe disse:

- Jovem néscio, eu te avisei que você poderia se cortar com aquela faca, mas você em sua tolice ignorou que ela possuía dois lados e por isso se machucou. Ainda bem que você está vivo. Nunca lhe passou pela cabeça que você podia ter se matado?

Após recuperar-se, o jovem, triste com sua tolice, voltou ao local aonde tinha jogado a faca. Ao pegá-la, um temor correu-lhe pela espinha. Agora ele a conhecia, agora ele verdadeiramente a conhecia.

Igualmente tolo é aquele que fica olhando somente para os atributos de Deus que lhe agradam e não busca conhecê-lo (na medida do possível para nossas pequenas mentes) na extensão de seu majestoso caráter.

“Você pensa que eu sou como você? Mas agora eu o acusarei diretamente, sem omitir coisa alguma. Considerem isto, vocês que se esquecem de Deus; caso contrário os despedaçarei, sem que ninguém os livre.” [Salmos 50: 21, 22]

Buscamos conhecer o amor, a bondade, a misericórdia e a graça divina, mas será que buscamos com o mesmo empenho conhecer a justiça, a ira, a soberania, a santidade e a glória de Deus? Nosso conhecimento de Deus deve ser completo, para que sejamos completos nele. Se nos apegamos mais a alguns dos atributos de Deus e desprezamos os demais, acabamos inconscientemente criando o nosso próprio deus: apenas com o que apreciamos, e rejeitando o que desprezamos.

Deus nos é suficiente e nos regozijamos Nele em todas as suas perfeições. Canto de alegria perante sua misericórdia, bem como me prostro ante sua justiça. Reconheço o seu amor que dura para sempre, e temo e tremo diante de sua ira. Os atributos de Deus se completam; os traços de seu caráter glorioso formam a perfeição absoluta.

Portanto, aos santos que pecaram e estão arrependidos, convém lembrar-se do amor e da misericórdia de Deus: “certamente, a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”! Aos que estão endurecidos pelo pecado, convém dizer: “Fujam da ira divina que está por vir”! Aos que sofrem injustamente, ou aos que trapaceiam, bradamos: “A justiça é base do Seu trono”! Aos que estão fraquejando, cantamos alegremente: “Ele é o Deus Forte”!

Entender quem é Deus e a base para a vida cristã feliz e completa. O cristianismo sadio começa com um conhecimento verdadeiro de Deus. Oh, que tenhamos os olhos de nosso coração abertos, para vermos a plenitude de seu caráter! Adoraremos e nos prostraremos diante de Deus, por todas as facetas de sua glória! Amamos o Deus da Bíblia, o único Verdadeiro, e não os deuses das nações, inventados pela mente humana!

Fonte: voltemosaoevangelho.com

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O outro evangelho

[por Artur W. Pink]

[...] Satanás é um arqui-imitador. Ele está agora em atividade no mesmo campo em que o Senhor Jesus semeou a boa semente. O diabo está procurando impedir o crescimento do trigo, utilizando-se de outra planta, o joio, que em aparência se assemelha muito ao trigo. Em resumo, por meio de um processo de imitação, Satanás está almejando neutralizar a obra de Cristo. Portanto, assim como Cristo tem um evangelho, Satanás também possui um evangelho, que é uma imitação sagaz do evangelho de Cristo. O evangelho de Satanás se parece tanto com aquele que procura imitar, que multidões de pessoas não-salvas são enganadas por este evangelho.

O apóstolo Paulo se referiu a este evangelho, quando disse: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Este falso evangelho estava sendo proclamado mesmo nos dias do apóstolo, e uma terrível maldição foi lançada sobre aqueles que o pregavam. O apóstolo continuou: “Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (v. 8). Com a ajuda de Deus, nos esforçaremos para explicar, ou melhor, para desmascarar este falso evangelho.


O evangelho de Satanás não é um sistema de princípios revolucionários, nem mesmo um programa de anarquia. Este evangelho não promove conflitos ou guerras, mas tem como alvo a paz e a unidade. Não procura colocar a mãe contra a filha, nem o pai contra o filho; ao invés disso, ele fomenta o espírito de fraternidade pelo qual a raça humana é considerada uma grande “irmandade”.

Este evangelho não procura mortificar o homem natural, e sim aprimorá-lo e enaltecê-lo. O evangelho de Satanás defende a educação e a instrução, apelando ao “melhor que há no íntimo do ser humano”; tem como alvo fazer deste mundo um habitat tão confortável e agradável, que a ausência de Cristo não será sentida e Deus não será necessário. O evangelho de Satanás se esforça para manter o homem tão ocupado com as coisas deste mundo, que não tem ocasião nem inclinação para pensar no mundo por vir. Este evangelho propaga os princípios do auto-sacrifício, da caridade e da benevolência, ensinando-nos a viver para o bem dos outros e sermos bondosos para todos. Apela fortemente à mentalidade carnal, tornando-se popular entre as massas, porque ignora os solenes fatos de que, por natureza, o homem é uma criatura caída, está alienado da vida de Deus, morto em delitos e pecados, e de que a única esperança se encontra em ser nascido de novo.

Em distinção ao evangelho de Cristo, o evangelho de Satanás ensina que a salvação se realiza por meio das obras; incute na mente das pessoas a ideia de que a justificação diante de Deus ocorre com base nos méritos humanos. A frase sagrada do evangelho de Satanás é: “Seja bom e faça o bem”; mas falha em reconhecer que na carne não habita bem algum. O evangelho de Satanás anuncia uma salvação que se realiza por meio do caráter, uma salvação que é o reverso da ordem estabelecida por Deus, em sua Palavra — o caráter se manifesta como fruto da salvação.

As ramificações e organizações deste evangelho são multiformes. Temperança, movimentos de reforma, associações de cristãos socialistas, sociedades de cultura ética, congressos sobre a paz, todas estas coisas são empregadas (talvez inconscientemente) em proclamar este evangelho de Satanás — a salvação pelas obras.

Cristo é substituído pelo cartão de apelo; o novo nascimento do indivíduo é trocado pela pureza social; e a doutrina e a piedade são substituídas por filosofia e política. A cultivação do velho homem é considerada mais prática do que a criação de um novo homem em Cristo Jesus, enquanto a paz universal é procurada sem a interposição e o retorno do Príncipe da Paz.  [...]


Fonte: voltemosaoevangelho.com

Leia o texto completo em http://www.monergismo.com/textos/evangelho/outroevangelho_pink.pdf

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Cantai ao Senhor um cântico novo



[Santo Agostinho]

Somos convidados a cantar ao Senhor um cântico novo (Sl 149, 1). É o homem novo que conhece este cântico novo. O cântico é alegria e, se o analisarmos com mais atenção, também é amor. Aquele que sabe amar a vida nova conhece esse cântico novo. Mas também é necessário que estejamos conscientes do que é a vida nova por causa do cântico novo. Tudo isto faz arte do mesmo Reino: o homem novo, o cântico novo, a nova aliança. O homem novo cantará um cântico novo e fará parte da nova aliança. [...]


«Eis-me a cantar», dirás. Cantas, sim, tu cantas: estou a ouvir-te. Mas toma cuidado para que a tua vida não dê um testemunho contrário ao da tua língua. 

Cantai com a voz, cantai com o coração, cantai com a boca, cantai com a vossa conduta, «cantai ao senhor um cântico novo». Se vos questionais sobre o que deveis cantar Àquele que amais, e procurais louvores para Lhe cantar, «louvai-O na assembleia dos fiéis» (Sl 149, 1). 

O cântico de louvor é o próprio cantor. Quereis cantar os louvores de Deus? Sede o que cantais. Vós sois o Seu louvor, se viverdes bem.

Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sermão 34; a partir da trad. de CCL 41, 423-426

Fonte: http://spedeus.blogspot.com.br

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O valor de aprender História


[por John Piper]



Uma Lição a partir de Judas

A pequena carta de Judas nos ensina algo sobre o valor de aprender história. Este não é o ponto principal da carta, mas é um fato impressionante.

Neste penúltimo livro da Bíblia, Judas escreve para encorajar os santos a "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (versículo 3). A carta é um chamado à vigilância em vista de "certos indivíduos [que] se introduziram com dissimulação... homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (versículo 4). Judas descreve essas pessoas em termos vívidos. Eles "dizem mal do que não sabem" (versículo 10); são "murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por motivos interesseiros" (versículo 16). Eles "promovem divisões, [e são] sensuais, que não têm o Espírito" (versículo 19).

Esta é uma avaliação devastadora de pessoas que não estão fora da igreja, mas que "se introduziram com dissimulação." Judas quer que eles sejam reconhecidos pelo que são, de forma que a igreja não seja enganada e arruinada pelos seus falsos ensinos e comportamentos imorais.

Uma de suas estratégias é compará-los a outras pessoas e eventos na história. Por exemplo, ele diz que "Sodoma e Gomorra... havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição" (versículo 7). Assim, Judas compara aquelas pessoas com Sodoma e Gomorra. Seu ponto ao fazer isto é dizer que Sodoma e Gomorra são postas como "um exemplo" do que acontece quando as pessoas vivem como estes intrusos estavam vivendo. Assim, na mente de Judas, conhecer a história de Sodoma e Gomorra é muito útil para ajudar a detectar tal erro e desviá-lo dos santos.

Similarmente, no versículo 11, Judas acumula três outras referências a eventos históricos, como comparações com o que está acontecendo em seus dias entre os cristãos. Ele diz: "Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Coré". Isso é impressionante! Por que se referir a três incidentes históricos diferentes como estes, que aconteceram milhares de anos atrás - Gênesis 19 (Sodoma), Gênesis 3 (Caim), Números 22-24 (Balaão), Números 16 (Coré)? Qual é o ponto?

Aqui estão três pontos:

1) Judas assume que os leitores conhecem estas histórias! Isto não é incrível? Era o século primeiro depois de Cristo! Não havia nenhum livro nas casas das pessoas! Nenhuma Bíblia disponível! Nenhuma história em CD! Apenas instrução oral! E ele assume que eles conheceriam tais histórias: Qual é "o caminho de Caim," "o erro de Balaão" e "a rebelião de Coré?" Você sabe? Isto não é surpreendente? Ele espera que eles conheçam! Isso me faz pensar que os nossos padrões de conhecimento da Bíblia na igreja de hoje são muito baixos.

2) Judas assume que conhecer a história iluminará a situação presente. Os cristãos tratarão com o erro mais eficazmente hoje se eles conhecerem situações similares de antigamente. Em outras palavras, a história é valiosa para o viver cristão. Saber que Caim era invejoso e que além de odiar seu irmão, também se ofendeu com sua comunhão verdadeira com Deus, te alertará para vigiar contra tais coisas mesmo entre irmãos. Saber que Balaão caiu e fez da Palavra de Deus um meio de ganho mundano, te tornará mais capaz de identificar este tipo de coisa. Saber que Coré desprezou a autoridade legítima e ressentiu-se com a liderança de Moisés, te protegerá de gente facciosa que não gosta de ninguém sendo visto como seu líder.

3) Não é claro, então, que Deus ordenou que estes eventos acontecessem e que fossem registrados como história, para que aprendêssemos a partir deles e nos tornássemos mais sábios e perspicazes sobre o presente, por causa de Cristo e de sua igreja? Nunca pare de aprender a partir da história! Adquira algum conhecimento todo dia. Demos aos nossos filhos uma das melhores proteções contra a tolice do futuro, a saber, um conhecimento do passado.

Fonte: http://www.editorafiel.com.br




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ENSINEM DOUTRINAS E NÃO HISTÓRIAS AOS SEUS ALUNOS


Por Jáder Borges

Eu visitava aquela igreja e quando fomos nos dividir em classes na manhã de Domingo o superintendente da EBD, não sei se por inexperiência ou por descuido, disse: "e agora as crianças poderão ir para as suas classes ouvir historinhas"... Quis ser ele gentil? Tencionou ser acessível, recorrendo ao diminutivo para chamar a atenção dos pequeninos? Não sei. Mas o que sei é que infelizmente tem muita gente só contando histórias na EBD aos seus alunos. E só.

Mas não é para contar Histórias? 

Claro. A história é bíblica e está na Palavra de Deus. Mas, tantas vezes nos atemos à história, apenas ou tão somente, aos detalhes, e nos esquecemos do PORQUÊ da história. O que Deus fez ali? Como Ele foi honrado, obedecido ou desobedecido? Qual ensino principal tem e traz a lição? Romanos 15.4 diz que "tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Tem algo a mais na história: tem um ensino para ser passado, uma confiança no Deus Todo-Poderoso para ser reforçada, a Pessoa bendita de Jesus para ser apresentada ou enaltecida, uma lição de fé a ser enfatizada, o Caráter e a Soberania divina a serem destacados, pois quando vierem os dias maus e difíceis para estas crianças ao longo de suas vidas, com o ensino correto, sábio e doutrinário que receberam, a consolação das Escrituras virá de maneira mais precisa aos seus corações e isto poderá livrar as suas almas de muitas dores. O Consolador usará as Escrituras e o que dela se extraiu para o fortalecimento da fé em momentos como perigos, tentação ou provação. Na sua história de vida, o ensinamento doutrinário colhido e bem guardado das histórias que ouviu e aprendeu fará todo sentido e será de grande auxílio. Das histórias que aprendeu, Jesus de Nazaré soube usar a DOUTRINA para a vida. Na hora da tentação e de enfrentar o Tentador, como ocorreram várias vezes, quando este quis deturpar o ensino das Escrituras, Jesus estava plenamente consciente do que dizia o texto, como e para quê estava escrito, e venceu (Lucas 4.1-13; Hebreus 2.18). Destacamos a sua segurança e firmeza diante dos absurdos que ouvia de fariseus, saduceus e de outros religiosos da sua época. Ele não só revelava os seus grandes desvios da Palavra de Deus, como também os fazia corar e calar (Mateus 23.34; Lucas 20.39,40, etc.).

O Departamento Infantil é um lugar de histórias, mas se as crianças vibrarem mais com Davi, por exemplo, do que com o Deus a quem Davi servia e confiava, nós teremos falhado como professores de Escola Bíblica Dominical. Se conhecerem bem a história de Sansão, mas pouco ou quase nada ficar retido dos ensinamentos doutrinários a partir do que ouviu sobre Sansão, então haveremos falhado.

Qual a sua atitude diante da história de Jonas? 

Quando chega a nova revista e você vai dar uma olhada superficialmente, você gosta da capa, do título, do tema... aí vai ver o conteúdo das lições: oito lições sequenciais no livro de Jonas. O que você faz? O que você diz? "oh, não. Jonas de novo?!" Afinal, você já contou tantas vezes a história para a turma...

Esta atitude pode ser sintoma de que estamos muito mal acostumados a só contar histórias e a ficarmos procurando sempre um novo meio, técnicas e métodos para contar a mesma história de maneira atraente, perdendo até o sono por causa disso. Contar a história ocupa mais a nossa atenção do que passar o sadio ensino das Escrituras tantas vezes, infelizmente. 

A história, as crianças já conhecem. Então, parta daí. Relembre com elas, peça que forneçam detalhes, enriqueça a sua aula com a participação da turminha. Se tem alguém novo na sala que nunca ouviu a história de Jonas, conte para esta criança, mas procure tratar do foco doutrinário com a turma e com o aluno novo também.

O que o livro de Jonas fala sobre Deus? Como Deus se revela no texto? Será que Deus acompanha e intervém? Como temos provas da Sua Soberania? Enfim, quantos ensinos doutrinários maravilhosos. Sugiro que você tenha sempre à mão a Confissão de Fé de Westminster. Estude-a bem, pois tem doutrina segura. Repasse o que aprendeu sobre Deus na história aos seus alunos. Você verá como a sua aula crescerá e as suas crianças também! Adquira um livro de Teologia Sistemática, enfim, prepare melhor e com mais conteúdo teológico as suas aulas. Lembre-se: doutrina edifica. História simplesmente, não. Tem muito preso no sistema carcerário na América do Norte e no Brasil que ouviu muitas histórias bíblicas. Mas foi só. Doutrina trará raízes para a fé que foi plantada no coração infantil e marcará o caráter. Abastecerá a mente e manterá em dia uma cosmovisão bíblica e cristã das coisas; de todas as coisas e para todas as horas. Doutrina norteará o crescimento de uma pessoa tão jovem, e quando esta pessoa chegar à idade adulta não se esquecerá dos estatutos e da Lei do Senhor, que é perfeita e que foi o que ela aprendeu (Pv 22.6).

Ensinar doutrina ao invés de só contar a história lhe permitirá passar por toda a Bíblia. Você apresentará textos em outros livros das Sagradas Escrituras e a criança começará a perceber que a Bíblia é um livro maravilhoso, coerente, vivo, magistral, rico de ensinos preciosos e únicos, de uma unidade perfeita. Verá o princípio de Deus em todas as páginas e crescerá manuseando bem a sua espada! (2 Tm 2.15)

Jonas de novo?! Mas que bênção!!!  

Lembro-me de ter ouvido uma história interessante. Uma professora de alunos com idade de iniciantes no Ensino Fundamental passou todo o semestre trabalhando em cima do livro de Jonas. Contou vários aspectos da Doutrina, como o amor de Deus, a Justiça divina, o agir de Deus na História, o Deus da Providência, etc. As crianças vibraram com tantos ensinamentos. Quando chegou o dia da convenção anual de famílias daquela denominação, todo um esquema para atender os participantes foi bem elaborado. Tudo muito bem organizado e as crianças foram divididas em grupos e faixas etárias. A professora do dia foi contar exatamente a história de quem?! Isso mesmo: Jonas. E "lá pelas tantas" a empolgada professora chegou na parte em que Jonas foi lançado ao mar. Fez o que pode para demonstrar suspense, aumentou a voz, 'criou um clima', fez aquela entonação característica dos suspenses... "e agora, o que é que vai acontecer com Jonas???!!!" As crianças acompanhavam a empolgada contadora da história do profeta desobediente. Foi quando veio a pergunta:

- Crianças, quem foi que salvou Jonas?!

Uma criança de seis anos respondeu: Deus!

A professora, no seu entusiasmo nem percebeu e disse: "não, meu querido. Foi o peixe"!!! Ao que um menino de seis anos respondeu: "se a senhora quiser que eu diga que foi o peixe, eu digo. Mas quem mandou o peixe para salvar Jonas foi o Deus de toda a providência!"

A professora aprendeu uma grande lição naquele dia. Estava se atendo demais aos detalhes da história. E só. Tanto, que ela esqueceu exatamente onde Deus estava na história de Jonas. O Senhor estava onde sempre esteve, no entendimento daquele garotinho: Deus regia Soberano e era atuante, conduzindo a história como Lhe aprazia e para a Sua glória.

Plante Doutrina e as crianças serão beneficiadas com isso.

Existem duas maneiras de se contar histórias bíblicas e as crianças nos mostrarão se erramos ou se acertamos. Se elas vibrarem mais e amarem mais os personagens das histórias, algo de muito sério está acontecendo conosco e com a nossa maneira de ensinar. 

Que as crianças vibrem com o Grande Deus a quem amamos! As histórias são um excelente meio para afirmarmos e confiramos sempre isto. Ele é fiel. Sim, fiel assim!


Fonte: http://gracaplena.blogspot.com.br

terça-feira, 13 de novembro de 2012

QUANDO PESSOAS SE PARECEM COM SATANÁS


por JOHN PARNELL

Deus criou o homem para refletir a sua imagem e fazer avançar a exibição de sua glória sobre o mundo criado (Gênesis 1:26-28). Mas Adão falhou nesta comissão. Ao invés de ter domínio sobre a serpente, ele sucumbiu à sua astúcia. Como Greg Beale, explica: "Em vez de querer estar perto de Deus a refletir-lo, Adão e sua mulher esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim" (Gênesis 3:8 e 3:10) .

O pecado trouxe o caos e a desordem. As coisas ficaram bagunçadas. Na verdade, as coisas ficaram tão de pernas pro ar que Adão poderia ser visto realmente suprimindo a imagem de Deus e refletindo a imagem da serpente, como uma história ao contrário (veja Romanos 1:18-25).

Adão foi o primeiro ser humano idólatra que se tornou em algo que ele não deveria tornar-se, parecendo mais com a cobra do que com o seu Criador. Beale explica assim:

"Idolatria" deve ser definido como reverenciar qualquer outra coisa que não seja Deus. No mínimo, a fidelidade de Adão havia deixado Deus e voltado para si próprio e, provavelmente, para Satanás, pois ele acabou se assemelhando à personagem da serpente em alguns aspectos.
[Ele mentiu]  A serpente era um mentiroso (Gênesis 3:4) e um enganador (Gênesis 3:1, 13). Da mesma forma Adão, quando perguntado por Deus, "Você comeu da árvore da qual te ordenei que não comesse?" (Gênesis 3:11), ele não responde sem rodeios. Adão respondeu, "A mulher que você me deu para estar comigo, ela me deu da árvore, e eu comi" (Gênesis 3:12). Adão estava culpando Eva por seu pecado, e isso transfere a responsabilidade dele para sua esposa, em contraste com o testemunho bíblico de que Adão foi o verdadeiro responsável pela queda (por exemplo, veja Romanos 5:12-19).
[Ele não confiava na Palavra de Deus]  Além disso, Adão, como a serpente, não confiou na palavra de Deus (em relação a Adão, ver Gênesis 2:16-17; 3:6; no que diz respeito à serpente, Gênesis 3:1, 4-5). A mudança de Adão de confiar em Deus para confiar na serpente significava que ele já não reflete a imagem de Deus, mas sim a imagem da serpente. . . 
[Ele exaltou a sim mesmo]  Adão não só ficou de lado enquanto sua aliada de aliança, Eva, foi enganada pela serpente, mas também decidiu por si mesmo que a palavra de Deus estava errada e a palavra diabo estava certa. Ao fazê-lo, talvez Adão estivesse refletindo uma outra característica da serpente, que exaltou o seu próprio padrão de conduta ao invés dos padrões de justiça de Deus. Certamente Adão estava decidindo por si mesmo que a palavra de Deus estava errada. Este é precisamente o ponto onde Adão se colocou no lugar de Deus - este é o culto do eu. (GK Beale, A Teologia do Novo Testamento bíblico).

Adão era um enganador. Ele não confiava na palavra de Deus. Ele exaltou seu próprio padrão acima do padrão de Deus isso é um culto a si mesmo. Os seres humanos, criados à imagem da majestade de Deus, rebelaram-se e tornaram-se em imagem da serpente. Esta foi a queda. E essa não é apenas a história de Adão, é a nossa história também.

O pecado não é uma coisa que nós podemos simplesmente varrer para debaixo do tapete. Não é um pouco disso ou daquilo. Ah, não. O pecado é mais fundamentalmente nós agindo como Satanás em vez de refletir a glória de Deus.

Pense nisso por um momento.

Falsificando a verdade, distorcendo um pouco as coisas, ignorando a palavra de Deus, elevando a nossa razão acima do que ele disse - essas não são lutas nem fraquezas, isso é satânico. É negar o propósito mais fundamental da nossa existência: glorificar a Deus e trazer a marca da sua santidade.

Uma motivação para uma vida de arrependimento é ver o nosso pecado como ele realmente é.

Fonte: http://www.hermeneuticaparticular.com

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

40 razões para ser parte de uma igreja local

É possível viver uma vida cristã fiel sem ser parte fiel de uma igreja local? Já escutei que muitas pessoas usam o argumento de que sim, é possível, sobretudo se não existem boas igrejas próximas. No estou de acordo.

No mínimo, existem quarenta mandamentos diferentes no Novo Testamento para viver a vida, de certo modo, com outros crentes. Ainda que certamente é possível cumprir algumas dessas ordens com os cristãos em geral, o peso dessa lista deve convencer-lhe da necessidade de possuirmos relações continuas com outros crentes.

E essas relações são somente reforçadas pela comunhão da igreja local. De fato, considero que parte desta lista é simplesmente impossível de ser cumprida se você não tem a classe de comunhão continua e cada vez maior com outros crentes que só vem através do ministério em uma igreja local:

1. Estimular-nos uns aos outros ao amor e às boas obras (Hebreus 10:24)
2. Confessai vossas ofensas uns aos outros (Tiago 5:16)
3. Edificar-nos uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:11)
4. Ser de uma mesma mente que os outros (Romanos 12:13, 15:5)
5. Animar uns aos outros à luz da morte (1 Tessalonicenses 4:18)
6. Empregar seus dons espirituais no serviço aos outros (1 Pedro 4:10)
7. Orar uns pelos outros (Tiago 5:16)
8. Amar uns aos outros (Romanos 12:10)
9. Estar em paz uns com os outros (Marcos 9:50)
10. Animarem-se uns aos outros (1 Tessalonicenses 5:11)
11. Saudar-vos uns aos outros (2 Coríntios 13:12)
12. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. (Gálatas 5:26)
13. Ser benignos com os outros (Efésios 4:32)
14. Abundar em amor uns pelos outros (1 Pedro 1:22)
15. Viver em paz uns com os outros (1 Tessalonicenses 5:13)
16. Que nos amemos uns aos outros (2 João 5)
17. Amai-vos ardentemente uns aos outros (1 Pedro 1:22)
18. Ter comunhão uns com os outros (1 João 1:7)
19. Não julgar-nos uns aos outros (Romanos 14:13)
20. Tomar a comunhão (a Ceia do Senhor) com os outros (1 Coríntios 11:33)
21. Aceitar-nos uns aos outros (Romanos 15:7)
22. Considerar aos demais como superiores a si mesmos (Filipenses 2:3)
23. Carregar as cargas uns aos outros (Gálatas 6:2)
24. Exortando-os uns aos outros (Romanos 15:14)
25. Servir uns aos outros (Gálatas 5:13)
26. Não mintais uns aos outros (Colossenses 3:9)
27. Suportando-os uns aos outros (Colossenses 3:13)
28. Perdoar uns aos outros (Colossenses 3:13)
29. Ensinar e exortar uns aos outros (Romanos 15:14)
30. Cuidando dos outros (1 Coríntios12:25)
31. Vestir-se com humildade para os demais (1 Pedro 5:5)
32. Ser hospitaleiros uns para com os outros (1 Pedro 4:9)
33. Não se queixar uns aos outros (Tiago 5:9)
34. Mostrar paciência uns aos outros (Efésios 4:2)
35. Falando entre nós com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19)
36. Dar preferência uns aos outros (Romanos 12:10)
37. Não 'morder e comer' uns aos outros (Gálatas 5:15)
38. Submetei-vos uns aos outros (Efésios 5:21
39. Buscar o bem dos outros (1 Tessalonicenses 5:15)
40. Não deixar de reunir-nos com os outros (Hebreus 10:25)

Esse último motivo leva toda a lista a um círculo. Se ser cristão não significa nada mais que tomar uma decisão sobre Jesus Cristo, nada disso importa. Porem, se ser cristão significa entrar em um mundo que altere a vida, onde Deus deseja sua santificação e lhe concede os meios para crescer e os mandamentos a seguir, então é simplesmente impossível fazê-lo fora do contexto de uma igreja local.

Por Jesse Johnson
Tradução: Armando Marcos




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Teologia e Pedagogia


por Rousas J. Rushdoony

Para uma filosofia da educação cristã, é básico que o ensino esteja baseado em uma sã teologia e doutrina bíblica do homem. Sendo Cristo o Senhor, o homem não pode sê-lo. A soberania de Deus exclui a soberania do homem. A soberania de Deus significa que nossos critérios educacionais devem derivar da Escritura, não do homem.

Isto significa, primeiro, que em razão de a Escritura deixar claro que o homem é uma criatura caída vivendo em um mundo caído, a educação deve tratar com o fato do pecado. A educação não é evangelismo: é instrução. Em todas as áreas da instrução, as pressuposições se extraem da Escritura, não do homem. Deste modo, na biologia, a base para a teoria da evolução não está na informação biológica, mas no esforço do homem para eliminar Deus do universo. De modo que o que atrai na teoria é religioso, não científico; não explica de maneira satisfatória nada com respeito ao universo, porém satisfaz a hostilidade do humanista para com Deus. Uma filosofia cristã da educação reconhecerá as pressuposições da educação não cristã e se concentrará em desenvolver pressuposições bíblicas como a única base sólida para uma resposta e perspectiva cristãs. Em outras palavras, os homens pensam e agem em termos do que creem; a fé governa a vida, e as pressuposições determinam nossas ciências, artes e filosofia.

Segundo: Isto significa, como se indicou, que existe uma relação necessária entre a fé e o conhecimento. O que sabemos é produto do que cremos. O progresso das ciências no ocidente cristão não é uma casualidade. Somente é possível ciência onde existe a fé em um Deus cujo conselho de predestinação introduz uma lei e uma ordem totais no universo. O relativismo faz com que a ciência seja finalmente impossível; o mesmo sucede com o politeísmo: não pode existir nenhum universo, apenas um 'multiverso' que não tem nenhuma verdade nem significado comum.

Terceiro: Ao ensinar é importante ver, portanto, a unidade do ser do homem. Ele é totalmente uma criatura de Deus, e é uma unidade de fé e ação. A Bíblia fala do coração ou alma do homem como o centro de seu ser, como o núcleo de sua consciência, autoconhecimento e pensamento. Dele emanam os caminhos da vida (PV. 4:23), quer sejam bons ou maus.

O paganismo sustenta uma visão dualista do homem, e algumas vezes, uma visão tripartida. No pensamento grego a mente e o corpo do homem eram duas substâncias distintas e, portanto, alheias uma da outra. Assim, a virtude podia restringir-se a uma esfera. Sócrates poderia seria considerado virtuoso mesmo se fosse homossexual. Deste modo o conflito do homem era metafísico, antes de ser moral.

Como o fundamentalismo possui uma base proveniente das visões dualista e tripartite, é fácil para ele ser antinominiano. A doutrina do “crente carnal”, uma visão extremamente perniciosa, sustenta que o homem pode ser salvo mesmo sem mostrar frutos de justiça ou do Espírito. O espírito do paganismo pode ser resumido no provérbio popular: “Não se pode julgar o coração”. Isto pressupõe que a alma e o corpo do homem são dois ambientes alheios um do outro. Porém, nosso Senhor esclarece que o homem se dá a conhecer e há de ser julgado por seus feitos, assim como uma árvore é conhecida por seus frutos (Mt. 7:16-20). Se não possuirmos uma visão unificada do homem, cairemos com facilidade não só nesta doutrina do “crente carnal” mas também no antinomismo. Este vê na Bíblia dois planos de salvação, um “progresso” do material ao espiritual, e da lei para a graça, embora na Escritura a salvação sempre seja pela graça, sendo o “material” e o “espiritual” realidades igualmente criadas por Deus, ambas caídas, e ambas redimidas, e tanto a lei como a graça são básicas ao ser e ao plano de Deus, de modo que receber a graça é deleitar-se na lei de Deus.

Quarto: Nossa perspectiva deve ser determinada pela teologia, não pela biologia. O homem é produto, não da biologia, mas da palavra criativa de Deus. Isto significa que a determinação teológica é anterior à biologia, e que o determinismo biológico não tem validez.

Assim, a perspectiva moderna encara a adolescência com sua fase tempestuosa, tensa, rebelde e pretensamente independente como realidades biologicamente determinadas e naturais para o homem. Porém, de fato, a adolescência é um produto cultural, a marca distintiva de uma cultura decadente, e é quase desconhecida na história da civilização fora da era moderna. Na maioria das culturas, o que chamamos adolescência é mais um tempo de imitação cuidadosa e atenta dos adultos e da geração mais velha. Os jovens, ingressando na vida madura e no trabalho, estão preocupados em aproximar-se cada vez mais do mundo dos adultos e serem aceitos por eles. Em lugar de rebelar-se contra a geração adulta, os jovens buscam ingressar e se iniciar no mundo dos adultos. Foi somente porque o existencialismo coroou o isolamento e a independência radical que os jovens associam a chegada da maturidade física com uma declaração de guerra e independência. Simplesmente estão representando assim o rito necessário de “confirmação” religiosa do mundo moderno. O jovem cristão é confirmado na fé de seus pais na medida em que se aproxima da maturidade; o rito de confirmação do jovem humanista é a adolescência e sua rebeldia ou existencialismo.

Da mesma forma, uma pesquisa de Edward Shorter indica que a masturbação é, em geral, um fenômeno moderno no homem1. A masturbação é cada vez mais importante na cultura moderna devido ao fato de relacionar-se com o desejo existencial do homem de ser livre de todas as demais pessoas, e deste modo reduzir o sexo a um ato puramente existencialista de uma só pessoa que não necessita de ninguém mais. Na medida em que se diminui o caráter existencialista do homem moderno, assim também sucederá com sua ênfase nos prazeres egocêntricos em todas e cada uma das esferas.

Quinto: A disciplina é fundamental para a educação cristã, porém não se deve confundi-la com castigo. A raiz do termo disciplina é discípulo, e o verdadeiro ensino faz da criança um discípulo feliz e entusiasmado de Cristo, apto para aprender porque ser capaz e estar completamente empenhado no serviço de Deus é um aspecto necessário e honroso da vida em aliança. O castigo é um recurso último, embora necessário. A verdadeira disciplina é positiva; o castigo é negativo. A disciplina estabelece metas, padrões, exigências, provas e medidas. A disciplina cria uma motivação e um relógio internos, de modo que a vida da criança se torna progressivamente uma vida disciplinada, e a disciplina se torna uma parte natural da vida da criança, e isto também de maneira permanente. A disciplina cria uma relação vital entre a fé e os hábitos, de modo que a fé do indivíduo se converte em uma fé disposta e ativa.

Sexto, a educação é, por necessidade, não somente teológica por natureza mas também teocêntrica. Centra-se em Deus porque Deus, como Senhor, requer que todas as coisas o sirvam. O Catecismo Menor de Westminster nos diz que “o fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo eternamente”. Todas as áreas da vida e pensamento devem estar alinhadas com este propósito, e especialmente a educação. A educação humanista tem como fim glorificar o homem e capacitá-lo para que desfrute a si mesmo; isso é algo que sempre estará fadado ao fracasso. A educação cristã não pode ser educação secular com um pouquinho de Bíblia. Não se adiciona a Bíblia a um currículo pronto; a Bíblia deve estabelecer, governar e condicionar o currículo, ou não teremos uma educação cristã.

1Edward Shorter: The Making of the Modern Family, pp. 76, 98-102, 106, 114-116, 251. New York, N.Y.: Basic Books, 1975. 

Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Fonte: The Philosophy of the Christian Curriculum, p. 162-164.
Publicado em www.monergismo.com


terça-feira, 6 de novembro de 2012

O construtor de pontes

O texto a seguir, extraído do Comentário Bíblico de Warren Wiersbe, é um excelente referencial para se trabalhar como introdução ao Evangelho de Mateus. Vale a pena lê-lo e arquivá-lo.


Boas Novas!

Cerca de vinte a trinta anos depois de Jesus ter voltado para o céu, um discípulo judeu chamado Mateus foi inspirado pelo Espírito Santo a escrever um livro. Disso resultou o que conhecemos hoje o “Evangelho segundo Mateus”.

Nenhum dos quatro evangelhos registra qualquer palavra proferida por Mateus. Ainda assim, em sue evangelho, ele nos apresenta as palavras e os atos de Jesus Cristo, o “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1:1). Apesar de Mateus não ter escrito para falar de si mesmo, convém nos familiarizarmos com o apóstolo e com o livro que escreveu. Assim, poderemos descobrir tudo o que ele desejava que soubéssemos sobre Jesus Cristo.

O Espírito Santo usou Mateus para realizar três tarefas importantes ao escrever este Evangelho.

1. O Construtor de Pontes: apresentou um novo livro
Esse novo livro é o Novo Testamento. Se um leitor da Bíblia pulasse de Malaquias para Marcos, Atos ou Romanos, ficaria totalmente confuso. O Evangelho de Mateus é a ponte de transição entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento.

O tema do Antigo Testamento é apresentado em Gênesis 5:1: “Este é o livro da genealogia de Adão”. O Antigo Testamento mostra a história, extremamente triste, da família de Adão. Deus criou o homem à sua imagem, mas o homem pecou e, desse modo, distorceu sua imagem original. Depois disso, o homem gerou filhos “à sua semelhança, conforme à sua imagem” (Gn 5.3), e estes se mostraram tão pecadores quanto seus pais. Não importa como lemos o Antigo Testamento, sempre encontramos pecados e pecadores.

O Novo Testamento, porém, é o “Livro da genealogia de Jesus Cristo” (Mt 1:1). Jesus é o último Adão (1Co 15.45), e Ele veio ao mundo para salvar as “gerações de Adão” (da qual, a propósito, fazemos parte). Apesar de não ser uma escolha nossa, nascemos na geração de Adão, e isso nos torna pecadores. Mas, por uma escolha de fé, podemos nascer na geração de Jesus Cristo e nos tornar filhos de Deus!

Quando lemos a genealogia em Gênesis 5, a repetição da expressão “e ele morreu” soa como badalar fúnebre de um sino. O Antigo Testamento mostra que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Mas quando passamos para o Novo Testamento, a sua primeira genealogia enfatiza o nascimento, não a morte! A mensagem do Novo Testamento diz que “o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).

O Antigo Testamento é um livro de promessas; o Novo Testamento, por sua vez, é um livro de cumprimento (por certo, há inúmeras promessas preciosas no Novo Testamento, mas me refiro, aqui, à ênfase principal de cada parte da Bíblia). Deus prometeu um Redentor em Gênesis 3:15, e Jesus Cristo cumpriu essa promessa. Cumprir é uma das palavras-chaves do Evangelho de Mateus, usada cerca de vinte vezes.

Um dos propósitos deste Evangelho é mostrar que Jesus Cristo cumpriu as promessas do Antigo Testamento a respeito do Messias. Seu nascimento em Belém cumpriu Isaías 7.14 (Mt 1:22,23). Foi levado ao Egito, onde ficaria mais seguro e, desse modo, cumpriu Oseias 11:1 (Mt 2:14,15). Quando José e sua família decidiram se estabelecer em Nazaré, cumpriram várias profecias do Antigo Testamento (Mt 2:22,23). Em seu Evangelho, Mateus apresenta pelo menos 129 citações ou alusões ao Antigo Testamento. Escreveu principalmente a leitores judeus para mostrar-lhes que Jesus Cristo era, de fato, o Messias prometido.

2. O Biógrafo: apresentou um novo Rei
A julgar pela definição moderna, nenhum dos quatro Evangelhos pode ser considerado uma biografia. Aliás, o apóstolo João duvidou que fosse possível escrever uma biografia completa de Jesus (Jo 21:25). Os Evangelhos deixam de foram uma série de detalhes sobre a vida de Jesus aqui na terra.

Cada um dos quatro Evangelhos tem uma ênfase particular. O Evangelho de Mateus é chamado “o Evangelho do Rei” e foi escrito principalmente para os leitores judeus. O Livro de Marcos, “o Evangelho do Servo”, foi escrito para instruir os leitores romanos. Lucas escreveu principalmente para os gregos e apresentou Cristo como o “perfeito Filho do homem”. João é de interesse universal, e sua mensagem é “Este é o Filho de Deus”. Nenhum dos Evangelhos é suficiente para contar toda a história da forma que Deus quer que a vejamos. Porém, quando juntamos os quatro relatos, vemos uma imagem mais complexa da Pessoa e obra de nosso Senhor.

Uma vez que estava acostumado a manter registros sistemáticos, Mateus apresenta um relato extremamente organizado da vida e ministério de nosso Senhor. O livro pode ser dividido em dez seções, que alternam o “fazer” e o “ensinar”. Cada seção de ensinamentos termina com a frase: “Quando Jesus terminou estas palavras” ou uma declaração semelhante de transição. Os capítulos podem ser divididos da seguinte maneira:

Narrativa
Ensinamentos
Transição
1-4
5 - 7
7:28
8:1 – 9:34
9:35 – 10:42
11:1
11:2 – 12:50
13:1-52
13:53
13:53 – 17:27
18:1-35
19:1
19:1 – 23:39
24:1 – 25:46
26:1
26:1 – 28:20   (a narrativa
 da Paixão)

Mateus descreve Jesus como um Homem de ação e um Mestre, registrando pelo menos vinte milagres específicos e seus mensagens principais: o Sermão do Monte (caps. 5-7), a comissão dos apóstolos (cap. 10), as parábolas do reino (cap. 13), as lições sobre o perdão (cap. 18), as acusações contra os fariseus (cap. 23), o discurso profético no monte das Oliveiras (cap. 24-25). Pelo menos 60% do livro é dedicado ais ensinamentos de Jesus.

É importante lembrar que Mateus concentra-se no reino. No Antigo Testamento, a nação de Israel era o reino de Deus na terra: “Vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa” (Ex 19:6). Muitos, nos dias de Jesus, esperavam pelo libertador enviado por Deus, que os libertaria da escravidão romana e restabeleceria o reino glorioso de Israel.

A mensagem do reino dos céus foi pregada inicialmente por João Batista (Mt 3:1-2). Jesus também pregou esta mensagem no começo do seu ministério (4:23) e enviou os doze apóstolos com a mesma proclamação (Mt 10:1-7).

Porém, as boas novas do reino exigiam do povo uma resposta moral e espiritual, não apenas a aceitação de um conjunto de regras. João Batista pedia arrependimento. Semelhantemente, Jesus deixou bem claro que não tinha vindo para conquistar Roma, mas para transformar o coração e a vida daqueles que cressem nele. Antes de entrar na glória do reino, Jesus suportou o sofrimento da cruz.

Podemos observar, ainda, que Mateus organizou seus textos de acordo com tópicos, não em sequencia cronológica. Agrupou dez milagres nos capítulos 8-9 em vez de colocá-los dentro de sua sequencia histórica aos longo da narrativa do Evangelho. Sem dúvida, vários outros acontecimentos foram totalmente omitidos. Ao considerar a harmonia existente entre os Evangelhos, vemos que Mateus segue um padrão próprio sem, no entanto, contradizer os outros evangelistas.

Além de ser responsável pela tradição do Antigo para o Novo Testamento e de apresentar a biografia de um novo Rei, Jesus Cristo, Mateus também cumpriu um terceiro propósito ao escrever seu livro.

3. O homem de fé: apresentou um novo povo
Esse novo povo era, evidentemente, a Igreja. Mateus é o único escritor a usar a palavra igreja em seu texto (Mt 16:18; 18:17). O termo grego traduzido por “igreja” significa “uma assembleia chamada para fora”. No Novo Testamento, esse termo refere-se, em geral, à congregação local dos cristãos. No Antigo Testamento, Israel era escolhido por Deus, começando com o chamado de Abraão (Gn 12:1ss; Dt 7:6-8). Aliás, Estêvão chama a nação de Israel de “a congregação [igreja] no deserto” (At 7:38), pois era o povo de Deus chamado para fora.

Porém, a Igreja do Novo Testamento é formada por um povo diferente, pois é constituída tanto de judeus quanto de gentios. Nessa igreja, não há qualquer distinção racial (Gl 3:28). Apesar de ter escrito principalmente para judeus, ainda assim o Evangelho de Mateus possui um elemento “universal” que inclui os gentios. Por exemplo, líderes gentios vão adorar o menino Jesus (Mt 2:1-12). Jesus realiza milagres para os gentios e até os elogia por sua fé (Mt 8:5-13; 15:21-18). A rainha de Sabá é louvada por se mostrar disposta a fazer uma longa jornada a fim de ouvir a sabedoria de Salomão (Mt 12:42). Num momento de crise em seu ministério, Jesus fala de uma profecia sobre os gentios (Mt 12:14-21). Mesmo nas parábolas, Jesus indica que as bençãos que Israel recusou seriam compartilhadas com os gentios (Mt 22:8-10; 21:40-46). De acordo com o discurso no monte das Oliveiras, a mensagem seria levada “a todas as nações” (Mt 24:14), e a comissão do Senhor envolveria todas as nações (Mt 28:19-20).

Na igreja primitiva, havia apenas cristãos judeus e prosélitos (At 2-7). Quando o evangelho chegou a Samaria (At 8), o povo mestiço de judeus e gentios passou a fazer parte da igreja. Depois que Pedro foi à casa de Cornélio (At 10), os gentios também começaram a participar da Igreja. A assembleia de Jerusalém (At 15) determinou que os gentios não precisavam tornar-se judeus antes de se tornar cristãos.

Mateus apresenta toda esta questão de antemão, e quando seu livro foi lido pelos membros judeus e gentios da Igreja primitiva, ajudou a resolver diferenças e a promover a unidade. Mateus deixa claro que esse novo povo, a Igreja, não deveria apoiar qualquer forma de exclusão racial ou social. Pela fé em Jesus Cristo, os cristãos são “todos um” no corpo de Cristo, a Igreja.

A própria experiência de Mateus com o Senhor, relatada em Mateus 9:9-17, é um belo exemplo da graça de Deus. Seu antigo nome era Levi, o filho de Alfeu (Mc 2:14). “Mateus” significa “o dom de Deus”. Ao que parece, esse nome foi dado para comemorar sua conversão e seu chamado para ser discípulo.

É importante lembrar que os coletores de impostos faziam parte de uma das classes mais odiadas da sociedade judaica. Para começar, eram traidores da própria nação, pois ganhavam o sustento “vendendo-se” aos romanos ao trabalhar para o governo. Cada coletor adquiria de Roma o direito de recolher impostos; quanto mais recolhia, mais conseguia guardar para si. Os coletores eram considerados ladrões e traidores, e seus contatos com os gentios também os colocavam à margem da religião, a ponto de serem tidos como impuros. Jesus refletiu a opinião popular acerca dos publicanos ao classificá-los junto a prostituas e a outros pecadores (Mt 5.46, 47; 18:17), mas deixou claro que era “amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11:19; 21;31,32).

Mateus abriu o seu coração para Jesus Cristo e se tornou uma nova pessoa. Não foi uma decisão fácil para ele. Era de Cafarnaum, cidade que havia rejeitado o Senhor (Mt 11:23). Também era um negociante conhecido na cidade e, provavelmente, foi perseguido pelos amigos de outros tempos. Sem dúvida, perdeu muito dinheiro quando deixou tudo para seguir a Cristo.

Mateus não apenas abriu seu coração, mas também sua casa. Sabia que muitos de seus velhos amigos, senão todos, o abandonariam quando começasse a seguir a Jesus Cristo. Por isso, aproveitou a situação e os convidou para conhecer Jesus. Deu uma grande festa e convidou todos os coletores de impostos (é possível que alguns deles fossem gentios) e judeus que não guardavam a lei (“pecadores”).

Evidentemente, os fariseus criticaram Jesus por assentar-se à mesma mesa que toda essa gente impura e até tentaram instigar os discípulos de João Batista a criar uma desavença (Lc 5:33). No entanto, Jesus explicou por que estava andando com “publicanos e pecadores”: eram espiritualmente enfermos e precisavam de um médico. O Senhor não veio chamar os justos, pois não havia justos. Veio chamar pecadores, e isso incluía os fariseus. Por certo, seus críticos não se consideravam “enfermos espirituais”, mas isso não muda o fato de que eram isso mesmo.

Mateus não apenas abriu o seu coração e sua casa como também abriu suas mãos e trabalhou para Cristo. Alexander White de Edimburgo disse, certa vez, que, quando Mateus deixou seu emprego para seguir a Cristo, levou consigo sua pena de escrever! Mal sabia ele, na época, que um dia seria usado pelo Espírito para escrever o primeiro dos quatro Evangelhos do Novo Testamento!

Diz a tradição que Mateus ministrou na Palestina durante vários anos, depois que Jesus voltou para o céu, e que fez viagens missionárias para levar o evangelho aos judeus dispersos entre os gentios. Seu trabalho é relacionado à Pérsia, Etiópia e Síria, e algumas tradições incluem ainda a Grécia. O Novo Testamento não diz coisa alguma sobre sua vida, mas podemos afirmar com certeza que, por onde quer que as Escrituras passem neste mundo, o Evangelho escrito por Mateus continua a ministrar ao coração de seus leitores.


Fonte: WIERSBE, Warrem W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume I. Santo André,SP: Geográfica Editora, 2006.