sexta-feira, 31 de maio de 2013

O grande teste da vida cristã

Talvez o maior teste para a vida cristã hoje é crer que Deus é bom. Há tanta coisa que, isoladamente considerada, sugeriria o contrário. Helmut Thielecke de Hamburgo indica que um pedaço de tecido visto através duma lente seria nítido no meio e borrado na circunferência da lente. Mas sabemos da nitidez daquelas partes por causa daquilo que estamos vendo corretamente no meio. 

A vida, segundo ele, é como este tecido. Há muitas zonas periféricas borradas, muitos eventos e circunstâncias que não podemos entender. Mas devem ser interpretados pela nitidez que estamos vendo no centro — à luz da cruz de Cristo. Não ficamos incumbidos de adivinhar sobre a bondade de Deus, através de fragmentos isolados de verdade. Ele claramente revelou Seu caráter e o demonstrou dramaticamente para nós na Cruz. “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nos o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Romanos 8.32).

Deus nunca pede de nós a nossa compreensão; só precisamos confiar n’Ele assim como nós pedimos que nosso filho confie em nós, em nosso amor, mesmo quando não pode compreender nem sentir apreço quando o levamos para o médico.

A paz chega a nós quando chegamos à compreensão que só podemos ver alguns fios na tapeçaria da vida e da vontade de Deus, reconhecendo que aqui não possuímos o quadro total. Assim chegaremos a afirmar, com calmo alívio e gozo, que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).

Paul Little
In: Você pode explicar sua fé?

Fonte: cincosolas.blogspot.com.br

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Quanto amo a tua lei!

[A.W.Pink]

Tiramos proveito da Palavra quando percebemos que não somente temos o dever obrigatório de obedecer a Deus, mas também quando em nós se cria o amor pelos Seus mandamentos.



O homem "bem-aventurado" é aquele cujo prazer "...está na lei do SENHOR..." (Salmo 1:2). E noutra passagem lemos: "Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR, e se compraz nos seus mandamentos" (Salmo 112:1). Nossos corações são verdadeiramente provados quando enfrentamos com honestidade a seguinte pergunta: Dou realmente valor aos "mandamentos" de Deus, tanto quanto dou valor às Suas promessas? E não deve ser essa a minha atitude? Não há o que duvidar de que assim deva ser, pois tanto uma coisa como a outra verdadeiramente procedem do Seu amor. A anuência do coração, ante a voz de Cristo é o fundamento de toda a santidade prática.

Neste ponto desejamos também rogar intensa e amorosamente ao prezado leitor que dê toda a atenção a este detalhe. Todo o indivíduo que se considera salvo, mas que não tem amor genuíno pelos mandamentos de Deus, na realidade está se iludindo a si mesmo. Declarou o salmista: "Quanto amo a tua Lei!" (Sal. 119:97). E novamente: "Amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado" (Sal. 119:127).

E se porventura alguém objetar que assim acontecia durante o tempo do Antigo Testamento, então lhe perguntamos: ''Supõe o amigo que o Espírito de Jesus produz uma transformação inferior, nos corações daqueles que Ele agora regenera, à que fazia nos corações dos antigos crentes?" Na verdade, um santo do Novo Testamento registrou: "...no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus" (Romanos 7:22). Ora, meu prezado leitor, a menos que o seu coração se deleite na "lei de Deus", algo de radicalmente errado estará ocorrendo consigo; sim, é realmente de temer-se que você esteja espiritualmente morto

Fonte: PINK, A.W. Enriquecendo-se com a Bíblia. São Jose dos Campos: Fiel, 2011, 196 p.

terça-feira, 28 de maio de 2013

O tríplice uso da lei


Todo cristão enfrenta a pergunta: “Como as leis do Antigo Testamento se aplicam à minha vida?”. As leis do Antigo Testamento são irrelevantes para o cristão, ou existe algum aspecto em que ainda estamos presos a porções delas? Como a heresia do antinomianismo1 tem sido cada vez mais penetrante em nossa cultura, a necessidade de se responderem essas questões torna-se cada vez mais urgente.
A Reforma se fundamentou na graça e não na lei. Mesmo assim, a Lei de Deus não foi repudiada pelos reformadores. João Calvino, por exemplo, escreveu o que ficou conhecido como “O tríplice uso da lei”, para mostrar a importância da lei na vida cristã.
O primeiro propósito da lei é ser ela um espelho. Por um lado, a lei de Deus reflete a perfeita justiça de Deus. A lei nos diz muito sobre quem é Deus. Talvez o mais importante seja que a lei revela a pecaminosidade humana. Agostinho escreveu: “A lei ordena que, depois de tentarmos fazer o que foi ordenado e sentirmos nossa fraqueza debaixo da lei, aprendamos a implorar a ajuda da graça”. A lei revela nossa fraqueza para que busquemos a força que se encontra em Cristo. Neste aspecto a lei funciona como um severo inspetor escolar que nos conduz a Cristo.
O segundo aspecto da lei é restringir o mal. A lei, em si e por si mesma não pode mudar o coração humano. Ela pode, entretanto, proteger o justo do injusto. Calvino diz que este propósito, “por meio de suas temíveis ameaças e o consequente medo da punição, a lei restringe aqueles que, se não forem forçados, não levam em conta a retidão e a justiça”. A lei permite que haja um mínimo de justiça na terra, até que o juízo final se concretize.
O terceiro propósito da lei é revelar o que agrada a Deus. Como filhos de Deus nascidos de novo, a lei nos ilumina quanto ao que agrada ao Pai, a quem buscamos servir. O cristão tem prazer na lei da mesma forma que Deus se deleita nela. Jesus disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14.15). Esta é a função mais importante da lei: servir como instrumento para que o povo de Deus lhe dê honra e glória.
Ao estudar ou meditar na lei de Deus, estamos frequentando a escola da justiça. Aprendemos o que agrada a Deus e o que o ofende. A lei moral que Deus revela nas Escrituras nos é sempre obrigatória. Nossa redenção é da maldição da lei e não da obrigação de obedecê-la. Somos justificados não devido à nossa obediência à lei, mas para que possamos nos tornar obedientes à lei de Deus. Amar a Cristo é guardar seus mandamentos. Amar a Deus é obedecer sua lei.

SUMÁRIO
1. Atualmente a igreja tem sido invadida pelo antinomianismo, o qual enfraquece, rejeita ou distorce a lei de Deus.
2. A lei de Deus reflete sua santidade e nossa injustiça. Serve para nos revelar a necessidade que temos de um salvador.
3. A lei de Deus restringe o pecado.
4. A lei de Deus revela o que o agrada e o ofende.
5. O cristão deve amar a lei do Senhor e obedecer suas leis morais.

Para discussão e avaliação
1. Por que a lei é concebida como sendo um espelho da perfeição e retidão de Deus?
2. Por mais limitado que seja, como pode a lei servir para inibir o mal?
3. Como a lei serve para mostrar o que é agradável a Deus?
4. Que lição podemos tirar da seriedade com que Deus tratava as pessoas (com morte, muitas vezes) pelo simples fato de tocarem em coisas que eram sagradas?


1anti”: contra + “nomos”: leis. Antinomianismo significa "oposição à lei"; conceitos antinomianos são os que negam que a lei de Deus, nas Escrituras, deve controlar diretamente a vida dos cristãos. 


Fonte: SPROUL, R. C. Verdades essenciais da fé cristã: doutrinas básicas em linguagem simples e prática. São Paulo: Cultura Cristã, 1999. 3 v.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Graça comum não transforma o homem


[Jonathan Edwards]


"Portanto assim diz o Senhor DEUS:  Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar, sobre os homens e sobre os animais, e sobre as árvores do campo, e sobre os frutos da terra; e acender-se-á, e não se apagará." (Jeremias 7:20)




Homens em uma condição natural podem ter percepções da culpa que recai sobre eles, da ira de Deus e seu perigo da vingança divina. Tais percepções são raios de luz da verdade. Podemos ver que alguns pecadores têm uma maior percepção de sua culpa e miséria que outros, e isto é porque alguns têm mais luz, ou mais apreensão da verdade do que outros. E essa luz e percepção podem fluir do Espírito de Deus.

O Espírito dá alguma percepção aos homens do pecado, mas ainda assim a natureza é muito mais predominante nele do que a comunicação da a luz espiritual e divina. Trata-se da obra do Espírito de Deus apenas como auxiliar nos princípios naturais, e não infundindo novos princípios.

A graça comum difere da especial na medida em que influencia apenas ajudando a natureza e não por transmitir graça ou concedendo qualquer coisa acima e além da natureza. A luz que é obtida é totalmente natural, ou de nenhum tipo superior ao que a mera natureza alcança, embora mais desse tipo é obtida do que seria obtido se os homens ficaram entregues a si mesmos. Ou, em outras palavras, a graça comum só ajuda as faculdades da alma para fazer mais plenamente o que eles fazem por natureza, como a consciência natural ou razão - será por mera natureza comum fazendo um homem sensato da culpa e vai acusar e condenar quando ele fizer algo errado.

A consciência é um princípio natural para os homens, e o trabalho que ela faz, naturalmente, ou de si mesmo, é dar uma apreensão de certo e errado e sugerir à mente a relação que existe entre o certo e o errado e uma retribuição que virá. O Espírito de Deus, naquelas percepções que os homens não regenerados às vezes têm, auxilia a consciência para fazer este trabalho em um grau muito maior do que faria se eles fossem deixados entregues a si mesmos.

Trata-se assim, da obra do Espírito de Deus apenas como auxiliar nos princípios naturais, e não infundindo novos princípios. O homem continua no mesmo estado de depravação e escuridão espiritual.


Jonathan Edwards (1703-1758) - “A Divine and Supernatural Light”
Fonte: http://www.jonathanedwards.com.br

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor


[Spurgeon]
“Se você estima Cristo como deveria, você se recusaria a abandoná-lo, e a qualquer custo e em qualquer circunstância você defenderia aquilo em que acredita. Você terá de sofrer perdas, seja em posição social ou negócios. Muito bem, faça-o com alegria e deseje poder sofrer até mais por Sua glória! Chega-se até invejar os mártires e sua coroa de rubi que agora se coloca a nosso alcance. Tomemos então as rejeições e repreensões, grandes ou pequenas, que nos possam ser dadas por causa de Jesus. Se vocês amam Jesus Cristo, meus irmãos e irmãs, estarão dispostos a fazer sacrifícios por sua causa. Desejo que esse espírito estivesse presente em toda a igreja, que Cristo fosse tão precioso para os santos que eles se consagrassem inteiramente a Ele. Precisamos de consagração pessoal! Já ouvi o conceito dito como “consagração total”; certamente é uma forma excelente de dizer! Aquele que ama Jesus consagra-lhe tudo o que tem e sente prazer em poder oferecer qualquer coisa aos pés daquele que ofereceu sua vida por nós!
Uma vez mais, aquele que realmente tem Jesus em alta estima terá grande consideração por Ele. E assim como os pensamentos são manifestados pela boca, falar-se-á muito dele. Falamos muito de Jesus? Se Ele lhe é tão precioso, você não será capaz de guardar as boas novas para si mesmo. Você a sussurrará no ouvido de seu filho, contará ao seu marido, compartilhará avidamente com seus amigos! Sem o encanto da eloquência, você estará mais eloquente do que nunca. Seu coração falará e seus olhos  brilharão enquanto você fala do seu doce amor! Todo cristão aqui ou é um missionário ou um impostor. Lembre-se de que ou você está espalhando o Reinado de Cristo ou você não o ama. Não é possível coexistirem uma alta apreciação de Jesus e uma língua inteiramente silenciosa acerca Dele! Claro, não quero dizer que aqueles que usam a caneta por Cristo estão em silêncio; não estão. E aqueles que auxiliam outros no uso da língua ou espalham aquilo que outros escreveram também estão fazendo sua parte. Mas eu quero dizer isto: o homem que diz “creio em Jesus” e não considera Jesus o suficiente a ponto de contar a outros sobre Ele – por boca, caneta ou folhetos – é um impostor!  [...] Se você conhece Cristo, você é como aquele que encontrou mel e chamará os demais para saboreá-lo. Você é como os leprosos que acharam o alimento que os Sírios haviam lançado fora, e você irá até Samaria e contar à multidão faminta que você encontrou Jesus e está ansioso para que eles O encontrem também! Seja sábio em sua geração e fale dele em modo e tempo oportuno e em todo lugar proclame o fato de que Jesus é o mais precioso para sua alma!”
Fonte: Projeto Spurgeon

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Esse é o Evangelho

G.O.S.P.E.L
God. Our. Sins. Paying. Everyone. Life

Deus. Nossos. Pecados. Pagamento. Todos. Vida

Esse é o evangelho em poucos minutos. Assista ao vídeo. Vale a pena conferir.





terça-feira, 7 de maio de 2013

Assunto ou ideia dominante de cada livro da Bíblia



Alguns livros da Bíblia têm uma ideia principal; outros versam sobre assuntos variados. Henry Halley nos apresenta um resumo com a ideia chave de cada livro, fornecendo ao leitor uma “visão macro” do assunto tratado.

Livro
Assunto/Ideia dominante
Gênesis
A fundação da nação hebraica
Êxodo
O Concerto com a nação hebraica
Levítico
As Leis da nação hebraica
Números
A viagem para a terra prometida
Deuteronômio
As Leis da nação hebraica
Josué
A conquista de Canaã
Juízes
Os primeiros 300 anos na terra prometida
Rute
Os primórdios da família messiânica de Davi
1 Samuel
A organização do reino
2 Samuel
O reinado de Davi
1 Reis
A divisão do reino
2 Reis
A história do reino dividido
1 Crônicas
O reinado de Davi
2 Crônicas
A história do reino do Sul
Esdras
A volta do cativeiro
Neemias
A reconstrução de Jerusalém
Ester
Israel escapa do extermínio
O problema do sofrimento
Salmos
O hinário nacional de Israel
Provérbios
A sabedoria de Salomão
Eclesiastes
A vaidade da vida terrena
Cântico dos Cânticos
A glorificação do amor conjugal
Isaías
O profeta messiânico
Jeremias
O último esforço por salvar Jerusalém
Lamentações
Canto fúnebre sobre a desolação de Jerusalém
Ezequiel
“Saberão que eu sou Deus”
Daniel
O profeta em Babilônia
Oséias
A apostasia de Israel
Joel
A predição da dispensação do Espírito Santo
Amós
O governo de Davi, final e universal
Obadias
A destruição de Edom
Jonas
Um recado de misericórdia para Nínive
Miquéias
Belém será o berço do Messias
Naum
A destruição de Nínive
Habacuque
“O justo viverá pela fé”
Sofonias
O advento de uma “linguagem pura”
Ageu
A reconstrução do templo
Zacarias
A reconstrução do templo
Malaquias
A última mensagem a um povo desobediente
Mateus
Jesus, o Messias
Marcos
Jesus. o Maravilhoso
Lucas
Jesus. o Filho do Homem
João
Jesus, o Filho de Deus
Atos
A formação da Igreja
Romanos
A natureza da obra de Cristo
1 Coríntios
As várias desordens na Igreja
2 Coríntios
Paulo vindica seu apostolado
Gálatas
Pela Graça, não pela Lei
Efésios
A unidade da Igreja
Filipenses
Uma epístola missionária
Colossenses
A divindade de Jesus
1 Tessalonicenses
A segunda vinda de Cristo
2 Tessalonicenses
A segunda vinda de Cristo
1 Timóteo
Cuidado pela igreja de Éfeso
2 Timóteo
Conselhos finais de Paulo
Tito
As Igrejas de Creta
Filemon
A conversão de um escravo foragido
Hebreus
Cristo, o mediador de um Novo Concerto
Tiago
Boas obras
1 Pedro
A uma igreja perseguida
2 Pedro
A apostasia predita
1 João
O amor
2 João
A precaução contra falsos mestres
3 João
A rejeição de auxiliares de João
Judas
A apostasia iminente
Apocalipse
O triunfo final de Cristo


HALLEY, Henry H. Manual Bíblico: um comentário abreviado da Bíblia. 4ª ed. São Paulo:Vida Nova, 1994