quinta-feira, 26 de junho de 2014

Lei e Evangelho


[John Stott]

Depois que Deus fez a promessa a Abraão, ele deu a Lei a Moisés. Por quê? Simplesmente porque ele tinha de fazer as coisas piorarem antes que pudesse melhorá-las. A Lei expôs o pecado, afrontou o pecado e o condenou. O propósito da Lei era, por assim dizer, tirar a tampa da respeitabilidade do homem e expor o que ele realmente é abaixo da superfície – pecador, rebelde, culpado, sob julgamento de Deus e sem esperança para salvar-se a si mesmo.

Hoje, deve-se permitir que a Lei faça a tarefa que Deus lhe confiou. Uma das grandes falhas da Igreja contemporânea é a tendência de abrandar o pecado e o julgamento. De maneira semelhante aos falsos profetas, nós tratamos da ferida do povo de Deus “... como se não fosse grave” (Jr 6.14; 8.11). Veja como Dietrich Bonhoeffer expõe essa ideia: “É apenas quando alguém se submete à Lei que ele pode falar de graça... Não acho que seja cristão querer chegar ao NT de forma muito rápida e direta.” Jamais devemos ignorar a a Lei e ir direto ao evangelho. Fazer isso é contradizer o plano de Deus na história bíblica.

Essa não é a razão pela qual o evangelho não é apreciado hoje em dia? Alguns o ignoram, outros o ridicularizam. Então, em nosso evangelismo moderno, jogamos pérolas aos porcos (e a pérola mais cara é o evangelho). As pessoas não conseguem ver a beleza da pérola, porque não tem o conceito da imundícia do chiqueiro. Nenhum homem aceita o evangelho antes que a Lei, primeiro, revele a esse homem sua própria natureza e essência. É apenas na escuridão profunda do céu noturno que as estrelas começam a aparecer, bem como também é apenas no pano escuro do pecado e do julgamento que o evangelho brilha.

Não admitimos nossa necessidade de abraçar o evangelho, para que este cure nossas feridas, antes de a Lei nos ter injuriado e derrotado. Jamais ansiaremos para que Cristo nos liberte antes de a Lei nos prender e aprisionar. Jamais buscaremos Cristo para ser justificados e viver, antes de a Lei nos condenar e matar. Jamais acreditaremos em Jesus, antes de a Lei nos levar ao desespero. Jamais nos voltaremos para o evangelho, para que este nos leve ao céu, antes de a Lei nos rebaixar até o inferno.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Os Puritanos e o Quarto Mandamento

[Por J.I. Packer]

O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. (Mc 2:27)

Neste ponto, os puritanos iam à frente dos reformadores. Estes últimos tinham seguido Agostinho e o ensino medieval em geral, negando que o domingo fosse, em qualquer sentido, um dia de descanso. Eles afiançavam que o sábado, prescrito pelo quarto mandamento, era um mandamento tipicamente judaico, prefiguração do “descanso” da relação da graça-fé com Cristo.

Eis a explicação de Calvino:


“...é extremamente apta a analogia entre o sinal externo e a realidade simbolizada, visto que a nossa santificação consiste na mortificação de nossa própria vontade... Devemos desistir de todos os atos de nossa própria mente a fim de que, operando Deus em nós, possamos descansar nEle, conforme ensina o apóstolo (Hb.3:13;4:3,9). Mas agora que Cristo já veio, o tipo foi cancelado, e seria um erro perpetuá-lo, tal como seria um equívoco continuar a oferecer os sacrifícios levíticos.

Calvino apelava aqui para Colossenses 2:16, que ele interpretava como alusão ao dia semanal de descanso. Ele admitia que, além e acima de sua significação típica, o quarto mandamento também ensina o princípio que deve haver adoração pública e privada, além de servir de dia de descanso para os servos e empregados, pelo que a plena interpretação cristã seria:


Primeiro, por toda a nossa vida podemos ter por alvo um descanso constante de nossas próprias obras, a fim de que o Senhor possa operar em nós por meio do Seu Santo Espírito; segundo, cada indivíduo deveria se exercitar com diligência em meditação devota nas obras de Deus, e... todos devem observar a ordem legal determinada pela Igreja para que se ouça a Palavra, administrando as ordenanças e a oração pública; terceiro, devemos evitar oprimir àqueles que nos estiveram sujeitos.

Mas Calvino falava como se isso fosse tudo quanto aquele mandamento agora prescreve, nada encontrando no mesmo, em seu sentido cristão, que proíba trabalho ou diversão no domingo, com prejuízo do tempo de culto. A maior parte dos reformadores falava no mesmo tom. O que há de notável é que suas declarações, em outros contextos, mostram que “os reformadores, como um grupo, defendiam a autoridade divina e a obrigação de se observar o quarto mandamento, requerendo que um dia em cada sete fosse empregado na adoração e serviço de Deus, admitindo somente as obras de necessidade e de misericórdia, em favor dos pobres e aflitos”. É um quebra cabeça, porém, porque eles nunca perceberam a incoerência entre afirmar isso, em termos gerais, ao mesmo tempo em que defendiam a exegese de Agostinho sobre o domingo cristão. Podemos apenas supor que isso se deve ao fato que não queriam entreter a idéia de que Agostinho poderia estar enganado, razão que os cegava para o fato que estavam montando dois cavalos ao mesmo tempo.

Os puritanos, contudo, corrigiram essa incoerência. Eles insistiam, de forma virtualmente unânime que, embora os reformadores estivessem certos ao enxergarem apenas um sentido típico e temporário em algumas das prescrições detalhadas no sábado judaico, contudo, eles também percebiam o princípio de um dia de descanso, para efeito de adoração pública e privada a Deus, no fim de cada seis dias de trabalho, como uma lei da criação, estabelecida em benefício do homem, e, portanto, obrigatória para o homem, enquanto ele viver neste mundo. Também destacavam que, figurando entre nove leis indubitavelmente morais e permanentes do decálogo, o quarto mandamento dificilmente teria uma natureza apenas típica e temporária.

De fato, eles viam esse mandamento como parte integral da primeira tábua da lei, que aborda sistematicamente a questão da adoração: “O primeiro mandamento fixa o objetivo, o segundo, o meio, o terceiro, a maneira, e o quarto, o tempo”. Também observaram que o quarto mandamento começa com as palavras “lembra-te...”. E isso nos faz recuar até antes da instituição mosaica. Observaram que o trecho de Gênesis 2:1 ss. representa o sétimo dia de descanso como o próprio descanso de Deus, terminada a criação, e que a sanção atrelada ao quarto mandamento, em Êxodo 20:8 ss., olha de volta para aquele fato, retratando o dia como um memorial semanal da criação, “para ser observado para a glória do Criador, como dever que temos de servi-Lo, e como um encorajamento para confiarmos naquele que criou os céus e a terra. Por meio da santificação do sábado, os judeus declaravam que eles adoravam ao Deus que criou a terra...”. Assim falou Matthew Henry, exegeta de um período posterior aos puritanos, mas que os representou em sua própria época ao comentar sobre Êxodo 20:11. Henry também frisou que o mandamento afirma que Deus santificou o sétimo dia (ou seja, apropriou-o para Si mesmo) e o abençoou (isto é, “injetou bênçãos no mesmo, encorajando-nos a esperar bênçãos da parte Dele, na observância religiosa daquele dia”); e também frisou que Cristo, embora tivesse reinterpretado a lei sobre o sábado, não o cancelou, mas antes, firmou-o, observando-o Ele mesmo, e mostrando que esperava que seus discípulos continuassem a observá-lo (cf. Mt.24:20).

Tudo isso, argumentavam os puritanos, mostra que o descanso do sétimo dia, era mais que um mandamento judaico; antes, era um memorial da criação, parte da lei moral (primeira tábua que prescreve a adoração apropriada ao Criador), e, como tal, era perpetuamente obrigatória para todos os homens. Assim, quando o Novo Testamento diz-nos que os cristãos se reuniam para adorar no primeiro dia da semana (ver Atos 20:7; cf. I Co.16:1), guardando aquele dia como “o dia do Senhor” (Ap.1:10), isso só pode significar uma coisa: por preceito apostólico, e, provavelmente, de fato, por injunção dominical durante os quarenta dias antes da ascensão, esse tornara-se o dia em que os homens, doravante, deveriam guardar o dia de descanso prescrito pelo quarto mandamento. Os puritanos notavam que essa mudança, do sétimo dia da semana (o dia que assinalara o fim da antiga criação) para o primeiro (o dia da ressurreição de Cristo, que assinala o início da nova criação), não excluía pelas palavras do quarto mandamento, meramente determina que “devemos descansar e guardar, como descanso, cada sétimo dia... mas... de modo algum determina onde deve começar a sequência de dias... Não há no quarto mandamento, qualquer orientação sobre como computar o tempo...”. Portanto, coisa alguma impede-nos de supor que o Novo Testamento parece requerer que foram os apóstolos que fizeram a alteração. Nesse caso, tornara-se claro que a condenação (em Cl.2:16) do sabatismo judaico nada tem a ver com a observância do dia do Senhor. Essas, em esboço, eram as considerações feitas pelos puritanos, com base na doutrina do dia do Senhor, a qual é bem sintetizada na Confissão de Fé de Westminster (XXI: vii-viii):

vii. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão. Ref. Ex. 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18
viii. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia. Ref. Ex. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13.

Fonte: Revista Os Puritanos. Ano XVII: Nº 4: 2009. Págs.: 11,12
publicado em http://bereianos.blogspot.com.br/

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Abraão: crendo no poder da ressurreição


O autor de Hebreus acha ainda outro importante aspecto da fé de Abraão, levando-o a falar de novo sobre o grande patriarca: “Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou” (Hb 11:17-19).

Excetuando o sacrifício obediente de Cristo, talvez, o maior ato de fé, em temor e tremor, registrado em toda a Escritura, seja a resposta obediente de Abraão quando Deus lhe ordenou que sacrificasse seu filho, Isaque. Isto aconteceu depois de haver feito a Abraão a promessa de gerações futuras, por meio de Isaque, e depois de fazê-lo esperar vários anos pelo nascimento de Isaque. Nesse ínterim, Abraão tomou passos para garantir que esta promessa fosse cumprida, com a ajuda de Sara, sua esposa, que, considerando-se estéril, ofereceu sua serva Hagar como mãe-substituta, para que Abraão tivesse um filho e a promessa fosse cumprida. Hagar teve um filho chamado Ismael, mas ele não era filho da promessa. Por fim, depois de vários anos de espera. Deus abriu o ventre de Sara. E, em sua idade avançada e esterilidade, ela deu à luz um filho, que recebeu o nome de Isaque. (Quando foi informada que teria um filho, Sara riu; e o nome Isaque significa “riso”, na língua hebraica). Todas as esperanças de Abraão, todo o seu destino, estavam envolvidos neste filho.

Então, Deus foi até ele e lhe disse: “Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que te mostrarei” (Gn 22.2). Abrão, em temor e tremor, saiu para uma viagem de três dias com Isaque. No caminho, Isaque perguntou a Abraão: “Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto”? (v.7). Abraão respondeu: “Deus proverá para si... o cordeiro” (v.8).

Creio que podemos ler esta história e fazer de Abraão um santo fictício, com um tipo de falsa piedade, como se ele estivesse dizendo a Isaque: “Não se preocupe com isso , meu filho. Deus suprirá para nós um cordeiro, quando chegarmos ao monte”. Não, de maneira alguma. Abraão estava tremendo de medo. Estava se perguntando: “Como Deus pode me pedir que faça isto? Como Deus pode me chamar para um lugar como este, neste tempo, para fazer isto?” Mas ele confiava em Deus, admitindo claramente que, depois de haver matado Isaque, Deus o ressuscitaria dos mortos (Hb 11.19).

Assim, Abraão foi até ao monte designado por Deus, edificou o altar, dispôs a lenha e amarrou seu filho. Mas, quando ele levantou o cutelo, Deus interveio no último minuto possível e disse: “Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus” (Gn 22.12). Esta é uma história de fé em grau absoluto. Na Escritura, a única coisa que a excede é a fé do próprio Cristo.

SPROUL, R.C. O que é fé? São José dos Campos: Fiel, 2013



segunda-feira, 2 de junho de 2014

História da Origem da Bíblia


Pré-história

Os vestígios mais antigos de Israel são aldeias do século XIII a.C. na região montanhosa da Palestina.

Associações de clãs tinham colonizado novas regiões, e por isso nomes de lugares e de tribos podem, por vezes, ser intercambiáveis na Bíblia, como, p.ex., Belém e Efratá. Também alguns conceitos bíblicos comprovam que os laços entre clãs permaneciam muito significativos. Algumas imagens bíblicas, p.ex., apresentam Deus como o “parente” forte, cujo dever é ajudar.

As tribos se formaram a partir de grupos de refugiados que se uniam contra outros grupos que buscavam novas terras. No começo, essas uniões eram temporárias e emergenciais, formando uma comunidade que se chamou “povo de Javé” (mais precisamente “parentela de Javé”) e “Israel”.

No século X a.C., incursões de filisteus forçaram as tribos a se organizarem de forma mais permanente, reconhecendo a autoridade de um rei. Somente então Israel passou a ter contato com a cultura do antigo oriente, que já possuía escrita. Funcionários públicos e sacerdotes tornaram-se portadores das tradições escritas.

Os profetas defenderam o ideal da “parentela de Javé” contra o Estado. As complicações escritas de suas palavras só apareceram a partir do momento em que já era possível prever o fim de Israel como nação.

A origem das compilações

O declínio dos reinos de Israel e Judá (respectivamente em 722 e 587 a.C.) impulsionou o registro escrito das tradições orais e a sua compilação. Os escritos desse povo, que desde então passou a viver disperso, se tornaram sua pátria espiritual.

Provavelmente as tradições de Israel teriam se perdido de qualquer forma, não tivessem os persas conquistado um grande império no qual povos pequenos, como era o caso de Israel, podiam viver segundo suas próprias leis. Em 515 a.C., o templo de Jerusalém foi reconstruído. Os escritos sagrados dos judeus passaram a ser reunidos e guardados aqui.

Origem do cânon

Em 398 a.C., o sacerdote Esdras, encarregado pelos persas, levou para Jerusalém um escrito proveniente das escolas judaicas na Babilônia e promulgou-a lá como sendo a “lei” dada por Deus a Israel. A narração deste acontecimento (Neemias 8) é a narrativa da formação do judaísmo; ela explica porque a escritura sagrada é, para o povo judeu, a torá, “instrução de vida”.

Logo se manifestaram opiniões divergentes sobre quais livros pertenciam à Escritura Sagrada. A versão mais extensa é a tradução grega, produzida no Egito a partir do século III a.C.

Seu nome, Septuaginta (latim: “setenta”), se explica por uma tradição: 72 tradutores chegaram à mesma redação, independentemente uns dos outros. Isso teria sido como um sinal de que a tradução tinha sido inspirada por Deus.

O cânon hebraico dos livros bíblicos, aceito definitivamente até hoje pelo judaísmo, se formou em Judá. No começo, eram os sacerdotes do templo que cuidavam das escrituras sagradas. No entanto, quando a família real dos asmoneus reivindicou para si o sacerdócio (152 a.C.), o que atentava contra as leis bíblicas, os essênios e os fariseus se separaram do partido dos sacerdotes do templo, os saduceus, alegando que seriam mais capazes do que estes para cuidar dos textos sagrados. Historicamente, impõe-se a doutrina dos fariseus de que todos os judeus deveriam viver de forma sacerdotal, por terem sido chamados para guardar a Escritura.

Formação de um cânon duplo

No ano 63 a.C., os romanos ocuparam Judá. Levantou-se uma rebelião contra eles da parte de grupos messiânicos cujo entendimento das escrituras sagradas os levava a esperar por um novo rei de Judá: o Messias. Roma pensava que a destruição do foco central do povo judeu – Jerusalém e o templo – levaria à aniquilação definitiva deste povo (ano 70).

As várias correntes judaicas realmente desapareceram; mas o judaísmo sobreviveu na forma ensinada pelos fariseus, segundo a qual o centro da vida judaica está nas escrituras e nas ordenanças por elas ensinadas. A interpretação farisaica das escrituras foi propagada pelos rabinos (hebraico: “mestre”). No século III, eles estabeleceram definitivamente a abrangência e a estrutura da Bíblia judaica.

O grupo dos discípulos de Jesus, ao qual pertenciam representantes de várias correntes judaicas, entrementes dera origem a comunidades cristãs, inicialmente dentro do judaísmo. Porém, já no fim do primeiro século o cristianismo judaico havia perdido sua relevância; cristãos gentios, que falavam grego, determinaram o desenvolvimento posterior da igreja. Por isso, os conceitos cristãos de língua grega a respeito da abrangência e da estrutura da Bíblia permaneceram vivos no cristianismo. No século II, formou-se uma coletânea de escritos cristãos seguindo esse modelo da Escritura Sagrada herdada do judaísmo; ela tornou-se a segunda parte da Bíblia cristã, conhecida como “Novo Testamento”. A primeira parte desta Bíblia se compõe de escritos sagrados judaicos, conservados integralmente pelo cristianismo na forma do “Antigo Testamento”, ainda que algumas das regras lá apresentadas não sejam praticadas pelos cristãos.

É tarefa da exegese bíblica cristã explicar como também esses textos são Palavra de Deus para os cristãos.


Fonte: OHLER, Annemarie; MENZEL, Tom; LOHNDOF, Jan-martin. Atlas da Bíblia. São Paulo: Hagnos, 2013. 495 p.