segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Escravos da justiça

Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça? Mas, graças a Deus, porque, embora vocês tenham sido escravos do pecado, passaram a obedecer de coração à forma de ensino que lhes foi transmitida. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça” (Rm 6:16-18)


Em Romanos 6:16-18, a palavra “servos” é tradução de um vocábulo grego que se deriva de outro cujo sentido é “amarrar”. Assim sendo, em Romanos aquela palavra se refere a alguém que está amarrado a outro – um escravo. No grego existem duas palavras que se referem a um indivíduo em estado de escravidão. A primeira fala de um pessoa tomada como escravo durante uma guerra. A outra diz respeito a alguém que já nasceu na escravidão. Esta última é a empregada em nosso texto.

Essa palavra apresenta o escravo em diversos aspectos. Trata-se de alguém ligado ao seu senhor. Nós que confiamos no Senhor Jesus como nosso Salvador, anteriormente estávamos ligados a Satanás pelas ligaduras do pecado. Éramos seus escravos. Agora, contudo, estamos ligados a nosso Senhor Jesus pelos laços da vida eterna. Além disso, esse escravo está numa relação permanente para com seu Senhor, a qual só pode ser rompida pela morte. Mas, louvado seja Deus, visto que Ele vive, nós também vivemos e visto que Ele nunca morrerá, nós também nunca morreremos. Somos seus escravos eternos. Acresce, porém, que essa espécie de escravo já nasceu na escravidão. Nascemos como escravos de Satanás por motivo do nosso primeiro nascimento. Mas, por motivo de nosso segundo nascimento, ou regeneração, nascemos como escravos de Jesus Cristo, escravidão essa que em realidade é uma condição gloriosamente livre e bendita, na qual somos seus escravos por amor para todo sempre. Além disso, aquela palavra se refere a alguém cuja vontade é absorvida na vontade de outrem. Antes de nossa salvação, nossas vontades estavam absorvidas na vontade de Satanás. Andávamos segundo o príncipe do poder do ar. Agora, a nossa vontade, na medida em que cedemos à plenitude do Espírito Santo, está absorvida da vontade de Outrem, nosso bendito Salvador. “Faze o que quiseres, Senhor”, é o cântico de nossos corações. Mas essa palavra também se refere a um escravo devotado aos interesses de seu senhor, até o ponto de desconsiderar seus próprios interesses. Enquanto éramos escravos de Satanás, nós o servíamos sem dar atenção aos nossos melhores interesses, pois o salário que dele recebíamos era a morte. No entanto, nós o servíamos cegamente, por mais caro que fosse o preço pago. E agora que somos escravos do Senhor Jesus Cristo, servímo-lo a ponto de desconsiderar nossos próprios interesses? Estamos servindo ao Senhor somente até ao ponto em que isso nos custa algo, e aí paramos? Ou antes nos temos abandonados completamente ao seu serviço, sem contar o custo, sem considerar nossas vidas preciosas a nós mesmos?

Que exemplo admirável encontramos no apóstolo Paulo. Ele gostava de chamar-se escravo de Jesus Cristo, pois esse era seu título favorito. Seu apostolado vinha em segundo lugar. Ele considerava tudo como refugo, em comparação com a excelência do conhecimento do seu Senhor.

Fonte: WUEST, Kenneth S. Jóias do Novo Testamento Grego. São Paulo: Imprensa Batista Regular, 1986, 3ª impressão. 118 p.


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