segunda-feira, 18 de maio de 2015

Cristo cumpriu os dez mandamentos

[Mark Jones]

Adão quebrou os dez mandamentos no Éden. Mas Cristo guardou os dez mandamentos no “deserto”, sob circunstâncias muito mais intensas do que aquelas às quais Adão foi submetido.

Guardou o primeiro mandamento. Ele trouxe glória a Deus o Pai enquanto esteve na terra (Jo 17.4). Temeu, creu, e confiou em seu Pai (Hb 2.13; 5.7; Lc 4.1-12). Cristo zelou pela glória de seu Pai (Jo 2.17) e foi constantemente grato ao seu Pai (Jo 11.41). Ele prestou completa obediência ao Pai em todas as coisas (Jo 10.17; 15.10).

Guardou o segundo mandamento. Ninguém jamais cultuou como Cristo (Lc 4.16). Ele leu, pregou, orou e cantou a Palavra de Deus com um coração puro (Sl 24.3-4). Ele condenou o falso culto (Jo 4.22; Mt 15.9). Além disso, aquele que era a imagem visível de Deus não precisou fazer imagens ilícitas de Deus.

Guardou o terceiro mandamento. Como portador da imagem de Deus (Cl 1.15), ele revelou o Pai de modo perfeito (Jo 14.9). Falou somente aquilo que havia recebido do Pai (Jo 12.49). Em outras palavras, ele jamais tomou o nome de Deus em vão, mas falou apenas a verdade sobre o Pai e trouxe glória ao Pai por viver em conformidade com quem ele é (o Filho de Deus).

Guardou o quarto mandamento. “Entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga…” (Lc 4.16). Ele fez obras de piedade, misericórdia e necessidade no dia de descanso (e.g.: Mc 2.23-28). Além disso, o Senhor do Sábado assegurou nosso sabá eterno por meio de sua morte na cruz, permanecendo no sepulcro no sábado, e ressurgindo no domingo.

Guardou o quinto mandamento. Ele sempre fez aquilo que agradava a seu Pai celestial (Jo 8.29). Sobre a cruz, mesmo enquanto estava morrendo, preocupou-se em cuidar de sua mãe (Jo 19.27). Ele também guardou as leis terrenas (Mc 12.17; Mt 17.24-27).

Guardou o sexto mandamento. Jesus preservou a vida. Ele fez isso física e espiritualmente. Ele salvou pecadores de seus pecados (Jo 5.40). E também curou muitas pessoas (Mt 4.23). Foi manso, gentil, amável e pacífico enquanto esteve na terra (e.g.: Mt 11.29). Sua vida foi de misericórdia e compaixão (e.g.: Lc 18.35-43).

Guardou o sétimo mandamento. Cristo, o marido, entregou sua vida por sua noiva (Ef 5.22-33). Embora eu não tenha dúvidas de que ele achava algumas mulheres atrativas, ele jamais cruzou os limites adequados com respeito à interação entre homens e mulheres, e seus pensamentos sempre foram puros com respeito a pessoas do sexo oposto (cf. 1Tm 5.2).

Guardou o oitavo mandamento. Cristo doou livremente (Jo 2.1-11). Ele se opôs ao roubo (Jo 2.13-17). João 2 retrata, entre outras coisas, Cristo guardando o oitavo mandamento. Aquele que era rico se tornou pobre para que nós, em nossa pobreza, pudéssemos nos tornar ricos (2Co 8.9).

Guardou o nono mandamento. Ele sempre falou a verdade (Jo 8.45-47) porque falou somente as palavras que o Pai lhe havia dado (Jo 12.49). Ele defendeu a verdade porque ele é a Verdade (Jo 1.14, 17; 14.6). Ele não maquiou a verdade (Mt 23), não a falou fora de tempo ou a sonegou (Mt 26.64).

Guardou o décimo mandamento. Aquele que é dono do céu e da terra é aquele que também disse: “As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc 9.58). Aquele que poderia facilmente saciar sua própria necessidade e desejo contentou-se com aquilo que vinha da mão do Pai (Lc 4.1-12). Ele não cobiçou aquilo que não era propriamente seu, mas com paciente resistência recebeu sua herança por meio da cruz.
Nos círculos reformados devemos, em nossa pregação, fazer um melhor trabalho em explicar como Cristo guardou perfeitamente a lei. Uma coisa é dizer e sempre repetir: “Jesus guardou a lei perfeitamente por nós [como um pacto de obras] para que pudéssemos ser salvos”; mas outra coisa é explicar precisamente como ele guardou a lei e o que estava envolvido nessa guarda da lei. Ouvir sobre a obediência ativa de Cristo e sobre a imputação gratuita de Deus a nós, por meio da fé, dessa obediência ativa, não deve nunca ser algo que se resuma a frases de efeito.
Fonte: monergismo.com


domingo, 17 de maio de 2015

Adão quebrou os dez mandamentos no Eden

Quais mandamentos Adão quebrou no Jardim quando ele e sua esposa comeram da árvore que Deus ordenou não comessem (Gn 2.16-17; 3.6)? Creio que ele quebrou cada um dos dez mandamentos, e não apenas um ou dois mandamentos específicos (cf. Tiago 2.10).

Em sua incredulidade, quebrou o primeiro mandamento.
Como o Reformador corretamente destacou, o primeiro pecado de Adão foi a incredulidade. Ele falhou em amar a Deus, e em lugar disso demonstrou um amor próprio pecaminoso. Ele estava buscando satisfazer-se. Seu pecado incluiu “incredulidade, falta de confiança, desespero, orgulho, presunção, [e] covardia”. Ele também falhou em depender do Espírito Santo.

Quebrou o segundo mandamento. Deus deveria ser cultuado de uma maneira específica, que incluía aquilo que Adão fora ordenado fazer, bem como aquilo que fora ordenado não fazer. Mas Adão transgrediu as leis da correta adoração. Adão tolerou a falsa religião e (como profeta, sacerdote e rei) não guardou o templo de Deus. Ele deveria ter esmagado a cabeça da serpente.

Quebrou o terceiro mandamento. Como filho de Deus, e alguém que carregava a imagem de Deus, Adão trouxe desonra ao seu Pai. Deus deve ser honrado por meio daqueles que carregam o seu nome. Além disso, a palavra de Deus — a Palavra com a qual falou a Adão e o alertou — não foi reverentemente usada por Adão; este fracassou em falar a teologia verdadeira à serpente.

Quebrou o quarto mandamento. A desobediência de Adão o impediu de entrar no descanso sabático eterno. Ele deveria, como nós, fazer todo o esforço para entrar no descanso de Deus (Hb 4.11). Ele não “descansou” em Deus quando permitiu que sua esposa comesse da árvore que ele fora ordenado não comer. Ele pôs em jogo seu descanso eterno, o que é uma violação do shabat.

Quebrou o quinto mandamento. Adão não honrou seu pai. Seus dias teriam sido prolongados caso o tivesse feito.

Quebrou o sexto mandamento. Adão se tornou um assassino perverso, tal como Satanás, quando pecou contra Deus (Rm 5). Ele tinha, para com sua posteridade, o dever de lhes garantir vida, mas, ao invés disso, lhes trouxe morte.

Quebrou o sétimo mandamento. Adão não mostrou amor para com sua esposa quando permaneceu silente e deixou que ela falasse com o diabo. Ele deveria ter protegido Eva, mas não o fez.

Quebrou o oitavo mandamento. Ele permitiu que sua esposa furtasse. Ela tomou aquilo que não deveria tomar. E Adão participou no furto.

Quebrou o nono mandamento. Ele se tornou como o pai da mentira (Jo 8.44) ao falhar em falar a verdade sobre Deus e defender a bondade de Deus quando questionado. Adão deveria ter rebatido a calúnia de Satanás. Ele permitiu que a mentira fosse propagada quando deixou que Eva tomasse do fruto proibido.

Quebrou o décimo mandamentoAdão não se contentou com sua própria situação. Ele estava descontente com aquilo que Deus lhe havia dado. E cobiçou aquilo que Deus havia proibido.

Tudo isso explica por que a apostasia de Adão foi tão má. Ele não cometeu um simples equívoco, mas pecou deliberadamente contra Deus e contra o próximo. Em sua incredulidade, ele quebrou todos os mandamentos de Deus, e não apenas um.


Em nosso próprio pecado, nós raramente, se é que alguma vez, quebramos um mandamento. Nosso pecado quase sempre envolve a quebra de vários mandamentos ao mesmo tempo. Além disso, nossos pecados contra a segunda tábua da lei são geralmente uma falha em guardar a primeira tábua da lei. Quando lido com pessoas que, por exemplo, têm problemas com o sétimo mandamento, minha resposta é lidar com os quatro primeiros mandamentos, e não apenas com o sétimo.

Fonte: monergismo.com